Uma lembrancinha Geopolítica
Antes
que tudo passe ao esquecimento, uma pequena viagem pela memória dos referendos,
assaltos, e outras manigâncias políticas.
Em
1911 nascia lá para as bandas da Rússia uma senhora, respeitável, que, após
casada com Vladimir Spiridonovich
Putin passou a chamar-se Maria Ivanovna Putina. Que Deus os guarde
em Paz.
Em 1952 nasceu o filho da Putina que se tornaria
um dos caras chaves da KGB, um encanto de doçura que nunca prendeu ninguém, nem
matou uma formiga. Como por aqui dizem quando um indivíduo é suave no trato:
uma dama. Um santo!
O nome Putin só vai até ao avô deste gentil
KGBista, apesar de em Leninigrado haver inúmeras putinhas, mas estas não
registravam as crianças que iam nascendo, fruto das uniões calóricas naquele
frio estúpido, e talvez logo afogadas, com muito carinho, nas águas tépidas e
congeladas do rio Neva.
O Wladimirzinho, cresceu, não em físico, mas
crueldade mental, e ambição desmedida, é hoje conhecido como o Imperador de
todas as Rússias. Nem o velho e fuzilado Czar teve tamanha força. Para se bater
com ele seria necessário chamar Ekaterina
II Aleekseevna, a Grande
Caterina, de volta. Ela sim, comeria o Putin, literalmente, e depois
cortava-lhe o pescoço... com todo o carinho.
E o que é que este filho da putina acabou de
fazer?
O mesmo que, por exemplo, a Inglaterra fez à
Espanha, com Gibratar, com referendo e tudo, ou com a Irlanda do Norte, que
invadiu com milhares de subditos das suas magestosas britânicas e roubou,
roubou, toda aquela região, também com referendo e tudo, e que os irlandeses insistem
em chamar Tuaisceart Éireann, o
que a Espanha fez com Olivença, que jurou, com figas escondidas atrás das
costas, que ia devolver a Portugal, mas... esqueceu, que o Adolfinho, aquele
simpático, do bigodinho igual ao que agora as desavergonhadas usam no pubis,
apaixonado pelos judeus, fez com a Áustria e depois com os Sudetos,
aproveitando para se estender pela Boémia, que os checos chamam de Tcheca, nome
duma tribu que aí habitava no século VI ou VII d.C, e que os romanos, quando
ali chegaram referem como Boihaemum, a terra dos Boiis, celtas.
Com referendo ou sem
ele, a Alemanha e a França andaram jogando com a Alsácia e a Lorena uma
variante de basquete, no “ora dá cá, ora toma lá” a ver quem encestava, de vez.
Por ora, a França.
Como com a China
ninguém brinca, os fumanchus também deitaram a luva ao Tibete, e até os monges
agora são chineses, o Dalai Lama deu no
pé, e ficou tudo por isso mesmo.
Fico admirado como se
admiram que o filho da Putina tenha abarbatado a Criméia, quando já tinha
destruído a independência da Geórgia, e continua com a Chechênia atravessada na
goela. Invadiu, tal qual, estes dois países, matou, prendeu, fez o que quiz e
os basbacas euro-americanos fingiram que se indignaram e... já tudo foi
esquecido.
Mas tem mais, não
necessitando de ir tão atrás, como à Conferência de Berlim de 1884, quando os
“grandes senhores” da Europa dividiram África entre si, como quem fatia um pão
de ló, deixando os africanos... sem referendo algum, e sem bolo! África ao sul
e a norte de tudo: Sahara, equador, Nilo, etc.
E a Índia? Que era
“tão” britânica que virou a jóia da coroa, da velha coroa Victoria. Será que eles
se terão esquecido de fazer um referendo com os indianos?
E os franceses na
Cochinchina? De onde levaram um vergonhoso fora.
E ultimamente, Israel
devolveu algum centímetro que roubou aos palestinos? Vai devolver?
E o filho da putina?
Vai devolver a Crimeia, onde eles têm a maior base naval? Não, ele vai é fazer
um grande manguito aos europeus e norte americanos, que não se atrevem a mexer
com um filho destas, perdão, destes.
Alguém viu a Rússia
devolver quase metade da Polónia que ocupou mancomunado com o Adolfinho?
Mas um dia – quando? –
a Crimeia, a Geórgia, a Tchechénia e a Calmuquia, acabarão por se separar,
mesmo.
Por agora o Obama, que
tinha garantido apoio à Ucrânia em caso de ataque da Rússia, uma vez que esta
destruíu as suas armas nucleares, perdeu toda a credibilidade na opinião
internacional, e o falastrão francês, o français holande (?!) engole em seco os
idiotas pronunciamentos que tem feito, mas não tarda que todos se beijem na
boca, como fazia o saudoso Nikita Sergeyevich Khrushchev, e seus komrades Yosip Stalin, Marx e Lenin, e Mao que ainda
hoje, junto ao mais que fidel, são venerados em altares de ouro pelos dois
atuais presidentes do Brasil, e pelo próximo que deverá ganhar as eleições deste
ano, cuja fotografia se divulga desde já para que o povo, eufórico, e estúpido,
possa gritar de prazer.
Agora é só aguardar os
referendos da Catalunha, do País Basco, Veneza, que também quer um doge de
volta (ou será um Dodge ?), talvez o dos irmãos galaico-portugueses, e mais uns
quantos.
Portugal para já podia
dar o exemplo: promovia a independência a todo o governo e anexos, como
doputedos, presidentes, etc., poderia até confiná-los em Grândola, terra
morena, e o mesmo o Brasil, que nisso tem muita prática, com as independências
que têm surgido para os povos indígenas, entregava Brasília à politicagem (que
já é um zoo!) não lhes concedendo passaporte para se deslocarem para fora do
muro (é barato construir um muro igual ao que Israel e os americanos fizeram
para se separarem dos palestinos e dos mexicanos), e impossibilitados de
receber um centavo que seja de qualquer parte do país, que, finalmente,
ficaria... independente!
Moral da história: qual
a novidade desta atitude do filho da Putina? Nada.
A história se repete.
19/03/2014
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