Impressões Lisboetas
Pensava
escrever um pouco sobre turismo, clima, gastronomia, e amigos que ainda
encontro em Portugal, deixando de lado o ambiente económico que a todos aflige,
mas que, mesmo demorando muito mais do que se poderia esperar e desejar, acabará
tendo solução positiva.
Portugal
já esteve, na sua longa história, pior do que está hoje, e vai sobreviver. A
alma lusitana, cantada desde Bandarra e Camões não morre por dever algumas
toneladas de ouro aos usurários que criaram a UE.
No
entanto no curto espaço de um mês vermos desaparecer vários amigos “de sempre”,
irmãos dos tempos da juventude, descontração e alegria, deixa-nos uma tremenda
sensação de vazio e uma tristeza profunda.
Não
tenho pretensões a esquecer que, com a minha idade, estou também na “linha de
frente” para, em breve, os ir encontrar lá, onde quer que estejam. Quando eu
partir vou também descansar, mas enquanto permanecer neste mundo, hoje, mais
que nunca um mundo cão, o sentimento que me envolve é de tristeza.
Como
por diversas vezes já afirmou o Papa Francisco, Cristo só sabe perdoar. Nunca
condenou ninguém, o que nos leva a ter a certeza que todos estes amigos que
agora estão na Sua companhia gozam da verdadeira Paz.
Não que
algum deles fosse um mau amigo. Muito pelo contrário. Mas todos somos
pecadores.
E nós,
que devíamos imitar alguns povos a que eufemisticamente se insiste em chamar
primitivos, nestes momentos cantando e dançando, alegrando-nos por todos os que
estão já a ver a face de Deus, na Suprema Felicidade, lamentamos e choramos.
Parece
vaidade nossa querer atrair sobre nós a piedade e compaixão dos outros, em
situações que deviam merecer uma atitude de alegria; em vez disso deviamos nos rejubilar
por saber que os amigos que partem vão finalmente ao encontro do seu maior e
Verdadeiro Amigo que os recebe com a serenidade que jamais algum vivente
encontra neste mundo.
O
Universo é infinito. Não teve princípio nem tem fim. Assim o Espírito de Deus,
onde se vão fundir as almas dos que partem. E lá ficam em gozo também eterno.
Hoje
não me é possível falar sobre coisas terrenas. O meu ego está magoado. Não
devia estar, mas está.
Temos
que pedir a Cristo que perdoe as nossas atitudes, sem necessidade de Lhe pedir
por aqueles que já estão a Seu lado.
Porque
não podem estar melhor.
Mas sim
pedir-Lhe que tenha piedade das nossas fraquezas.
24/06/2013
Verdadeiramente humano, a saudade é assim.
ResponderExcluirVerdadeiramente humano, a saudade é assim.
ResponderExcluirUm grande beijinho, Tio! Ataques de desesperança...Nós, os que estamos em "segunda linha" e testemunhámos o bons contributos de vida que alguns da geração do Tio nos deram,também quebramos de tristeza. Hoje é um desses dias para mim. Habitualmente procuro só sentir o que me chegou de bom, por parte de todos os que se foram cruzando no meu percurso...Hoje, tal como o Tio, sinto desesperadamente o que se perdeu...Um abraço grande para si e Tia. Exemplos de perseverança e fé na vida.
ResponderExcluirForça tio Chico. Tenho pena de só saber que o tio Chico esteve por Lisboa depois de já ter embora... um bjo com saudades.
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