Porquê tanta crise ?
É sabido, cansados de saber, que a crise provém, em primeiro lugar, pelo desaforo dos gastos públicos, do dinheiro fácil, do descontrole, mas principalmente pela roubalheira que o “sistema” financeiro internacional, com o beneplácito dos governos – de TODOS os governos, pratica impunemente em cima de todos e qualquer um sem querer saber das consequências.
O “pai” da crise, é, evidente, a Suiça. Foi lá que os gangsters inventaram as contas secretas, e por onde começou a sugar-se o dinheiro dos países. Há muitos anos, e ninguém teve coragem de lhes ir em cima, porque, porque ?, todos estavam mancomunados no roubo.
Até que surgiram os chamados “paraísos fiscais”. Lembro uma conversa que tive uma vez, a seguir ao 25barra4, com alguém que estava ligado aos serviços secretos ingleses, em que fiquei a saber que os americanos pretendiam criar um desses paraísos nos Açores, para fazerem concorrência à Suiça. Como ficou... não sei. Ficou pelo menos na Madeira! O que é sabido é que paraísos existem em toda a parte, e segundo pesquisa na Internet são SÓ os seguintes:
Andorra; Anguilla; Antígua e Barbuda; Antilhas Holandesas; Aruba; Bahrein; Barbados; Belize; Campione d'Italia; Chipre; Singapura; Comunidade das Bahamas; Djibouti; Dominica; Emirados Árabes Unidos; Estados Unidos (não ocorre cobrança de imposto de residente que tem capital emprestado em outro país, estimulando o investidor a aplicar os juros em sua economia); Federação de São Cristóvão e Nevis; Gibraltar; Granada; Hong Kong; Região Autónoma da Madeira; Ilha de Man; Ilha Niue; Ilhas Bermudas; Ilhas Cayman; Ilhas Cook; Ilhas do Canal (Alderney, Guernsey, Jersey e Sark); Ilhas Marshall; Ilhas Maurício; Ilhas Montserrat; Ilhas Turks e Caicos; Ilhas Virgens Americanas; Ilhas Virgens Britânicas; Labuan; Líbano; Libéria; Liechtenstein; Luxemburgo (no que respeita às sociedades holding regidas, na legislação luxemburguesa, pela Lei de 31 de julho de 1929); Macau; Maldivas; Malta; Mônaco; Nauru; Panamá (facilidades para instalação de estaleiros); Paraguai (isenção de impostos para empresas que lá se instalarem e é permitida a repatriação total de lucros); República da Costa Rica; Samoa Americana; Samoa Ocidental; San Marino; Santa Lúcia; São Vicente e Granadinas; Sealand; Seychelles; Suíça (níveis moderados de tributação e segredo bancário); Sultanato de Omã; Tonga; Uruguai (imposto de 0,3 % para sociedade anônima de investimentos financeiros); Vanuatu (também Novas Hébridas).
Se algum dos leitores tiver um troquinho sobrando... a dificuldade é escolher o paraíso!
Uma alegria! Não há porque ter medo das autoridades (?) monetárias porque os donos da grana podem andar a passear com ela de um lugar para outro sem que sejam apanhados!
Vejam só quanto anda por esses paraísos, enquanto nós estamos entre purgatório e inferno, no artigo abaixo.
E... alguém vai fazer alguma coisa? Boa piada. Ninguém atira pedras ao ar!
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Do jornal “O Globo”, 23/07/2012
Bruno Villas Bôas
Os milionários brasileiros têm uma fortuna estimado em US$ 520 bilhões, o equivalente a mais de R$ 1 trilhão, depositada em paraísos fiscais, o quarto maior volume de recursos do mundo, atrás apenas dos chineses (US$ 1,8 trihão), russos (US$ 798 bilhões) e sul-coreanos (US$ 779 bilhões).
Para se ter uma ideia dessa “sangria”, o dinheiro brasileiro expatriado para centrso de sonegação fiscal seria suficiente para pagara metade da dívida pública federal (R$ 1,9 trilhão) e supera a arrecadação de impostos federais no ano passado (R$ 993 bilhões).
Os números estão num estudo divulgado ontem pela organização inglesa Tax Justice Network. O levantamento revela ainda que milionários de 139 países têm entre US$ 21 e US$ 32 trilhões depositados e "offshores" no fim de 2010.
O valor equivale ao Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos) dos Estados Unidos e Japão somados.
"O estudo examinou um enorme 'buraco negro' da economia mundial que nunca foi mensurado, a riqueza privada offshore, um vasto volume de ganhos que não são tributados", explicou o economista americano James Henry, ex-chefe da consultoria McKinsey, contratado para comandar a pesquisa.
Somente 100 mil milionários, que formam uma elite financeira global, respondem por US$ 9,8 trilhões do dinheiro depositado em paraísos fiscais. O tamanho da fortuna chama a atenção em um momento que os países precisam arrecadar impostos e cortar seus gastos para enfrentar a crise financeira internacional.
O estudo revelou ainda que 50 bancos privados movimen¬taram US$ 12,1 trilhões entre as fronteiras dos países em 2010 para os seus clientes. Os destaques ficam para três gigantes globais: UBS, Crèdit Suisse e Goldman Sachs.
"O setor offshore — especializado em sonegação fiscal — é desenhado e operado não por obscuros bancos sem nome em ilhas suntuosas, mas pelos maiores bancos privados do mundo, escritórios de direito e de contabilidade sediados em capitais como Londres, Nova York e Genebra", diz Henry.
O trabalho não detalha a participação desses bancos na sonegação de impostos no Brasil. O documento teve como fonte dados o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Banco de Compensações Internacionais (BIS).»
E, cadê Angola? E Guiné Equatorial?
O quadro acima denota uma situação muito curiosa: quanto menos confiança nos governos, mais grana se pôe a andar. Infelizmente o Brasil ficou em quarto lugar!
23/07/2012
Voltaremos a Lourenço Marques... em dois dias!
Nem nas Olimpíadas ganharia uma medalha!
23/07/2012
Voltaremos a Lourenço Marques... em dois dias!
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