quinta-feira, 12 de abril de 2012



A (des) União Europeia



As Grandes Crises - 2



É mais do que sabido, repetido e enjoativo, recordar o porquê desta imensa crise que abala o mundo, sobretudo a Europa e os EUA.
Gastaram mais do que tinham, criaram monstros administrativos –muitos deles ineptos - endividaram-se às máquinas de fazer dinheiro, e hoje... parece que as máquinas emperraram! Ou então estão em uso exclusivo dos bancos e de alguns mais espertos.
Há uns vinte anos o Canadá levou um puxão de orelhas dessas agora famosérrimas e odiadas empresas de rating – aquelas que dão o triple AAA, ou o triple C-, rebaixam, ou... – e assim despertou para a necessidade de dar uma arrumação na casa. Com determinação e alguns sacrifícios iniciais, hoje o Canadá é considerado o país financeiramente mais estável!
E tem coisas curiosas: aquando do puxão de orelhas, o primeiro ministro abdicou do seu salário! Atualmente um ministro – e para ser ministro tem que ser deputado (olha o cara aí: teve que ser votado, e não só escolhido!) mora na sua própria casa, vai para o trabalho no seu carro – o carro oficial é para deslocações em servico, exclusivamente) e juntando o que ganha como deputado e como ministro, recebe no fim de cada mês – doze meses – o equivalente a € 8.900. O seu chefe de gabinete, 4.000.
No Brasil o salário de um só deputado daria para pagar o governo todo do Canadá! E em Portugal?
Naquele país as contas são totalmente transparentes: há uma empresa, não controlada pelo governo, que detalha na Internet todas as despesas que ultrapassam US$ 10.000. E as grandes verbas são espiolhadas ao cêntimo. O diretor dessa empresa é eleito, e não pode permanecer no cargo mais de dez anos.
Na ocasião as forças armadas queriam comprar cem tanques de guerra! O primeiro ministro deu risada: “Quem pode declarar-nos guerra e invadir o Canadá? Só se forem os EUA, os únicos vizinhos que temos. E o que faríamos nós com cem tanques?”
Não compraram os tanques!
Na Suécia, o susto também despertou aquela civilizada gente. Por exemplo: criaram empresas concorrentes com algumas do estado, como os correios. Fecharam 1.800 agências por todo o país e entregaram a distribuição nesses lugares a supermercados e outras lojas. Tudo funciona perfeitamente, e os custos reduziram drasticamente!
Consultados, os suecos acham que há muito tempo isso devia ter sido feito. Porquê serem obrigados a usar um serviço que lhes é imposto pelo governo? Quem tem que decidir os destinos de cada um é o “cada um” mesmo! Esse “cada um” tem que ter liberdade de escolha, e não subjugar-se a imposições monopolistas.
Quando foi necessário reduzir postos de trabalho, tanto no Canadá como na Suécia, o entendimento entre empregador e sindicatos foi fácil: ou reduz ou vai à falência! Os acordos aconteceram sem perturbações e não tardou a que mais de 90% tivessem recuperado trabalho em outros lugares.
Além disso os suecos deram o seu acordo para que a idade da aposentadoria passasse para os 75 anos.
Em França, terra das greves – não há semana sem greves: transportes, controladores de voos, professores, metalurgicos, funcionários públicos, etc, etc. – quando o governo anunciou que a aposentadoria passaria de 60 para 61 o país parou!
Aliás, em França, o país, com o chamado “Estado Social ou de Previdência”, caminha a passos largos para ficar igual à Grécia. Ou pior. Os políticos abordam temas demagógicos nesta corrida pela presidência, mas até agora, num unzinho deles pôs o dedo na ferida: não pode mais existir esquerda ou direita. Muito menos degladiarem-se. Tem que haver unidade para salvar o país da bancarrota.
Um dia cede a direita, no outro a esquerda, mas o fundamental é ninguém ceder a pressões de politicagem e esquecer que o cofre está vazio. Os sindicatos devem fazer parte integrante do governo para acabarem com as constantes e festivas greves.
É fácil “exigir” mais dos patrões. O difícil é consiliar os interesses em benefício do todo.
Com tanta pressão dessas greves e sindicatos, a um ritmo impresionante, as empresas francesas estão a dar o fora do país, e vão para a Roménia, Ucrânia, Tunísia, China, etc. E os empregados? Para a rua.
Só neste pouco ano 2012 já fecharam ou faliram cerca de 12.000 – doze mil – PME’s!
Quem são os países que continuam com o pescoço fora da água? Aqueles para quem o Estado Social é pouco mais do que um “supônhamos”, com exceção dos escandinavos que conseguiram atingir um tal nível de desenvolvimento e educação político e social, que lhes permite apertar o cinto quando necessário e alargá-lo quando podem. Entretanto continuam a investir com força na educação, talvez a única garantia que um futuro mais ou menos próximo possa prever: o conhecimento, a tecnologia, a liderança.
O exemplo da Alemanha também é muito curioso: solta foguetes com os brilhantes resultados do grupo Volkswagen, mas esquece, ou disfarça, porque não fala nisso, que há no país mais de 4 milhões de desempregados que vivem da caridade, e dormem em abrigos de ONG’s! Estranho, né?
Finalmente a calamitosa UE decididu abrir um Banco Central único. Agora nenhum país é mais soberano. E aquele que não cumprir as metas impostas o que lhe vão fazer? Pô-los fora do Euro?
Com tamanho arrocho nos despedimentos, aumento de impostos, etc., nenhum país agora moribundo vai poder sobreviver.
Segundo os entendidos, o mínimo que um país precisa para reacender a economia, é crescer 1,5% (do PIB) por ano. Com a redução de salários, aumento de impostos, fechamento de empresas, vai crescer como? Não vai.
Lembra uma velha piada do Salazar: A economia de Portugal nunca foi brilhante, mas ia-se aguentando. Um dia o conselho de ministros disse a Salazar que a única maneira de sairem daquele marasmo era declarar guerra aos EUA: os americanos ganhariam num instante, invadindo o país com dólares, e estamos safos. Salazar ouviu, e como sempre pediu uma semana para pensar. Próxima reunião ministerial, Salazar entra, os ministros todos nervoisissimos sobre a decisão do chefe, que declara: “Estive a pensar profundamente na proposta que fizeram. Em princípio a idéia parece boa, mas... e se nós ganharmos a guerra?”
Hoje, a quem declarar guerra? A solução pode estar nos árabes. São eles que têm a grana. E isso para Portugal não seria novidade! Em 711 quando os dois “reis” visigodos não se entenderam, Tarique veio em ajuda de um deles e... tomou conta de quase toda a Península, onde ficaram vários séculos e, em muito influenciaram e desenvolveram a cultura dos hispânicos.
Agora seria mais fácil: um telefonema aos “Irmãos Muçulmanos”, e pronto, a Al-queda viria num instante, com Sharia e tudo, evitando assim que as mulheres andassem com os peitos e pernas ao léu, e os homens economizariam pelo menos nas lâminas e sabão da barba!
Além disso encontrariam o centro espiritual em Fátima, com o nome da filha do Profeta!
Talvez até mudassem a peregrinação a Meca...

12/04/2012

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