e a Educação no Brasil
Há quase 2.500 anos! O que Aristóteles nos ensinou sobre educação, afigura-se, a quem minimamente pensa, ao mesmo tempo brilhante e elementar.
Num dos seus volumes “A Política” diz-nos que “a cidade não é obra do acaso, mas do conhecimento e vontade.” É evidente, porque se os humanos até hoje estivessem a viver na selva, selvagens, pouco mais precisariam conhecer do que alguns instrumentos de caça, e... !
Adiante dá-nos a lição básica do que deve ser a educação: “começa pela educação doméstica, informal, que vai até aos cinco anos; dos cinco aos sete a criança deve assistir a lições preparatórias; dos sete à puberdade, uma fase mais adiantada, e daí até aos vinte e um anos.
Na primeira fase a criança baseia-se, sobretudo no exemplo que lhe é transmitido e no ambiente que a cerca, e afirma que a boa condição física deve ser incentivada desde tenra idade, não por meio de atividades agressivas, mas jogos que estimulem um desenvolvimento salutar.
Como até aos sete anos têm que ser criadas em casa, é lógico que, sendo tão pequenas, poderão aprender coisas indignas a partir do que vêem ou ouvem. Na verdade, se receberem do pai e da mãe um trato rigoroso e justo, hão-de tornar-se pessoas de bem; se não tiverem recebido esse contributo vão acusar a falta dele: se os pais não derem o bom exemplo da própria vida aos filhos, estes vão ter uma desculpa para os desprezarem.
A exposição à realidade deve ser controlada, cabendo ao legislador criar leis que proíbam, por exemplo, a assistência a comédias obscenas, até terem suficiente idade para poderem filtrar essa informação e não serem mal influenciados.
Frisa Aristóteles que cabe ao encarregado de educação proibir o uso de linguagem imprópria.
Mais adiante defende uma educação igualitária para todos os cidadãos, opondo-se por isso ao ensino privado, uma vez que isso implica uma educação direcionada para propósitos particulares e não de conjunto.
Por isso, nesta terra “de brasilis”, os primeiros a dar o exemplo da deficiente educação, são exatamente os professores do ensino oficial, os primeiros que mandam seus filhos para escolas particulares. Quando podem! (No Rio de Janeiro, uma professora ganha R$ 765,55 brutos, por 16 horas semanais ($ 10,88 por hora, igual a £ 4,20! Assim, para não morrer de fome, e com curso superior, ela dá aulas numa escola pela manhã, em outra à tarde, ambas municipais, e à noite num estadual! Infâmia)
Apresenta-nos o grande filosofo o esquema dos “estudos liberais”: gramática, no sentido do aprendizado da leitura e da escrita, ginástica, música e desenho.
Ginástica para um saudável desenvolvimento do corpo, com desportos nem competitivos nem profissionalizantes, que não dignificam o homem, desenho pelo que pode vir a ser útil no futuro de qualquer um, e música que podendo não ter qualquer utilidade, orienta o ócio de modo mais benéfico, indispensável para a felicidade de qualquer indivíduo, contribuindo de modo saudável para os momentos de lazer, e estimula ainda o exercício intelectual, desde que não seja uma música de revolta, de rancor, ódio.
Brilhante este senhor Aristóteles, cujos ensinamentos perduram ao fim de vinte e quatro séculos, mas... a que raros por aqui ligam! Aristóteles passou a ser um velho louco, caduco, utópico, demente?!
Não previu o grande filósofo, que hoje o bom é ser profissional de futebol, tênis, golfe, basquete, corridas de automóvel, cantor de músicas selváticas, ou cantoras pornográficas, que muitas vezes nada entendem de música, aprender/ensinar a falar e escrever errado, praticar desportos brutos como boxe, judô, jiu-jitsu, competir só para ganhar, porque se não ganhar fica complexado, e desenhar... só para os naturalmente dotados.
Como se na Grécia antiga todos nascessem dotados, tal a beleza das obras de arte que chegaram, felizmente, até nós!
Para que ter ministros de educação com curso de Direito, mestrado em Economia e doutorado em Filosofia (saberá quem foi Aristóteles, ou sabendo o desprezou?), que mandam ou autorizam a distribuição de cartilhas, emanadas do próprio Ministério da Educação, ENSINANDO às crianças que se pode falar errado, outras contendo erros (ou propósitos?) aritméticos, mostrando que dez menos sete é igual a quatro, e, pior ainda editando cartilhas explicando que o sexo, o tal “plus”, como sua insolência o ministro do supremo tribunal lhe chama, pode ser usado indistintamente com parceiros do mesmo ou outro sexo?
Não esqueçamos que tudo isto objetiva, além da desestabilização da família, grandes negociatas – vulgo roubalheiras – entre autores/as, normalmente pessoal do próprio ministério, e as gráficas que faturam, a preços exorbitantes, para o mesmo ministério!
Como permitir que “pares” homossexuais adotem “filhos” para estes, amanhã, logo, logo, se sentirem inferiorizados, abandonados por terem só, aparentemente, pais ou só mães? Que os pares vivam juntos, que façam o que bem lhes apeteça, mas não destruam o futuro de inocentes crianças.
Passando à música: o que se ensina no Brasil? Nas escolas, nada, e além dos clássicos samba e trevo, que se aprende em clubes de ferranhos amadores, ouve-se o que? O Rap? Os gritos de rancor face a uma sociedade tremendamente injusta? Onde estão os corais, a harmonia, a doçura das músicas que embalam e enternecem as pessoas.
E o controle da Tv, onde é raro, raríssimo, ver-se um filme com fundo historio e/ou moral, mas antes abusando-se da violência, do sexo mais ou menos explícito, das atrizes e até locutoras em trajes provocantes?
A tudo isto, imagina-se o que o (des)governo brasiliense, mais perdido que cego no meio dum tiroteio, irá responder: NADA!
Até porque a começar pela tal cultura de base, a ser ensinada às crianças, em casa, necessitaria que os pais estivessem já num razoável grau de cultura. Estão?
Mas enquanto continuarem a votar naqueles que são “como a nóis”... não há muito que possa ser feito. Pobres crianças e alunos.
Mais um século, talvez dois! Como dizia este homem há mais de 200 anos:
“Só um povo bem instruído pode conservar-se livre”; James Madison, 4º presidente dos EUA, 1809-1817
17/06/2011
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