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Os imperadores
Não será novidade para ninguém ver tantos governantes, democráticos, tipo Fidel (há mais de 51 anos a imperar), Gadaffi (há 40 anos), Zé Du (30), Mugabe (30), Hosni Mubarak (28), Obiama Nguema (30), Paul Biva (27), Omar al-Bashir (25), Yoweri Museveni (24), Blaise Compaore (22), Zine Al-Abidine Ben Ali (22), Kim Jong-Il (16, fora os 48 do papai), Hugo Chavez (há 12 et sempiternum), Hafez al-Assad (depois de 30 deixou o trono a seu filho) Bashar Al Assad (10 anos), Abdelaziz Bouteflika (12), sem esquecer o grande gabonês Omar Bongo (42) e agora o Gbagbo (leia-se o bembom!), e outros mais, como gostam de compartilhar o poder! E ainda aparecem na “mídia” a sorrir! Como a hiena... a rir de quê?
Estes são os linha dura. Depois há os linha “soft” aplaudidos, também, mundo fora, que choram ao largar a faca e o queijo da mão, e há ainda a linha dos xicos espertos que lutam anos, depois de terem estado no bem-bom uns quantos, para imporem um herdeiro para o trono, enquanto a sua fama de bonzinho lhe não faltar, porque esperam ansiosamente retornar. E escolhem para isso uma pessoa doente, com câncer.
Se ela – a pessoa – morrer, há sempre uma, vaga, hipótese de voltar a pôr a mão na massa, e olha que tem havido “massa” para deitar e rolar!
Pois é. Por aqui essa “jogada” também tão bem se fez, e de tal modo que o herdeiro/a recebeu a faixa presidencial, imperial.
O imperador de recesso (!), nos últimos dias da sua imperialidade, ainda quis deixar bem patente a sua marca, ao dizer que saía feliz com a crise que atingiu os EUA, a Europa e Japão (sic), declarou com veemência que não permitiria redução no orçamento do PAC (lá voltaremos), contrariou a extradição do assassino italiano, inaugurou tudo quanto pôde e não pôde, como obras ainda nem iniciadas, e tantas foram que nos últimos dias passou a inaugurá-las via internet! E ainda inaugurou a famigerada Ferrovia Norte-Sul, prometida e jurada para terminar durante o seu mandato, da qual só se concluiu um – 1 – quilometro, que assim mesmo foi inaugurado com pompa e locomotiva enfeitada com a bandeira do Brasil! Os cem -100 – quilômetros que faltam não foram feitos... o povo não sabe disso.
Mas, a herdeira, que não é da base do PT, e nunca tinha sido política, mas burocrata, e inteligente, mesmo que aparentemente de saúde duvidosa, começou logo no primeiro dia de trabalho a mostrar quem manda:
- reduziu em 3 bilhões o orçamento do PAC;
- diz que será implacável com a corrupção (isso é o que todos, em primeiro lugar querem ver);
- declarou que o assunto da extradição do tal assassino Battisti é da competência dos tribunais e não da presidência;
- lamentou a atitude do Brasil na ONU em relação ao Irã;
- declarou que a política da nossa diplomacia vai voltar ao tempo antigo! Nada de andar a bajular Fideis, Chavezs, Ahmanidejads e outras troglodíticas e perigosas cabeças. É preciso não esquecer que o Brasil, pré palhaço, teve uma das melhores e mais respeitadas diplomacias do mundo;
- e, não anda a exibir-se no espavento como o grande big líder por todo o mundo, sempre, e somente, fez!
- também afirmou que ia acabar a brincadeira de abrir embaixadas! Só no governo do imperador, abriram-se 68 – sessenta e oito – novas embaixadas, em países da maior importância estratégica/econômica, como Burkina Fasso, Bahamas, Belize, Santa Lúcia, São Cristóvão e Nevis (alguém sabe onde fica?), São Vicente e Granadinas, Omã, Azerbaijão, Chipre, Botsuana, Mali, Sudão, Togo, Bangladesh, Mianmar, Coréia do Norte, e outras tantas. Fica difícil entender como não se abriram nas Maldivas, Ilhas Tonga, Niue, ou Tuvalu, onde poderia mandar construir um palácio para a nossa representação trabalhar, na sua capital, Funafuti!
Mas, enfim, ninguém dava nada pela herdeira. Era somente para ser um período tampão para o falastrão poder voltar, porque ele acha que a doença dela, com a carga do ofício a vai levar ao caixão!
Mas... parece que as coisas não vão ser tão fáceis! Mulher que lutou, deu a cara, esteve presa e torturada, não vai fazer-se agora de carneirinho às ordens do imperador, a quem, segundo noticiário, já trata pelo diminuitivo: lulinha!
A crítica está atenta. Sabe-se que os primeiros seis meses vão ser muito difíceis. Mas se já começa a acreditar que ela vai mesmo tomar as rédeas na mãos, e decidir por sua própria cabeça.
Prometeu dar grande prioridade à educação (aplausos), lutar para acabar com a miséria, não pela distribuição de esmola-famílias (muito mais aplausos) mas com a criação de emprego e promover o desenvolvimento de infraestruturas para o país poder crescer.
Se tudo isto for verdade, e todos queremos crer que sim:
- que tenha muita saúde;
- que saiba rodear-se dos melhores e não dos corruptos e devassos habituais;
- e que, pode até ter muita pena, mas tem que mandar o ex-imperadorzinho ficar quieto e não interferir, ou mandá-lo até p’ra...
O Brasil merece isso e muito mais.
Dona Dilma, os duzentos milhões de brasileiros, e o mundo inteiro, querem acreditar que a palhaçada acabou.
13-jan-11
Não nos, e os, desengane.
13-jan-11
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