DINASTIA IMPERIAL
"OS KINGS KONGS"
Quem haveria de pensar continuarmos, nos dias de hoje, a atravessar uma era de monarquias absolutas, como na Arábia Saudita, Omã, Brunei, Catar e até na esquecida, piquinininha e ignorada Suazilândia, onde sua magestade tem umas trinta mulheres! Há outras, aparentemente menos absolutistas, mas...
São eternas (?) monarquias, piores do que a de Luis XIV, o glorioso, vaidoso e soberbo, mas nenhuma se comparando à Síria, menos ainda à poderosa dinastia dos gorilas! Gorilas, isso mesmo.
Começou em Hollywood em 1933 o enorme “King Kong”, possante e bondoso, logo a seguir veio “O Filho do King Kong”, e outros kings goriláceos em mais uma porção de versões, e tantas foram que inspiraram a democratíssima Coreia do Norte onde contiuam a reinar, em absoluto absolutismo, os “kims... kongs”!
Começou pelo Kim Il-sung, o primeiro King Kong da disnastia asiática, e Grande Líder; seguiu-se o filhinho King Kong II que lhe chamavam entre outras coisas Kim Jong-il, o modesto, humilíssimo Estimado Líder Supremo da República Popular Democrática da Coreia do Norte, Presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte e Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia - cargos máximos em âmbito militar e político da nação coreana, havendo só um pequeno equívoco semântico: esqueceram-se de trocar as palavras “república democrática” por “monarquia absolutíssma”, mas isso é detalhe de somenos importância dada a imensa adoração do povo por esta figura que não apareceu nunca em cartazes monumentais, nem em estátuas gigantes, nada disso, modesto como um monge budista ou um frade franciscano!
E agora surge o Kim Jong un, aliás King Kong III, um brilhantissimo general de 29 anos, que se destacou na guerra (que guerra foi mesmo?) e vai ficar sendo amamentado pela titia, irmã do papai – ex monarca – titia poderosa, generala de quatro estrelas e mais o dedicadissimo maridinho desta que é big chefe da polícia daquela “democracia”.
Como o novo generalinho só vai fazer o que mandar a macha da titia, talvez se lembre de querer brincar com alguns brinquedos reservados em exclusivo a reis e imperadores. Por exemplo, pode querer ver como rebenta uma bomba atómica em cima de Israel. Ou no Japão. Não por mal, só brincadeirinha inofensiva, parecida com a que tantos fizeram desde sempre, como por exemplo, os imperadores romanos quando perguntavam aos filhinhos se o gladiador devia morrer ou não.
Todos uns amores de criaturas. E importantes.
Agora veremos como se vai chamar este novo gorilinha. O vovô era o grande léder, papai, estimado líder, e este? Que tal a idéia de minino líder, grotesco líder, ou até mentirinha líder.
Aguardem a nova sensação, verdadeiramente hollywoodesca.
E procurem abrigos atómicos.
* * *
Entretanto no “país do faz de conta”, em que tudo vai maravilhosamente bem, melhor do que bem, hoje, lemos a análise dum conhecido economista, de onde extraímos algumas passagens:
“A economia perdeu força e chega ao fim do ano com crescimento pífio.
O Ibovespa – a Bolsa de Valores – quase cai 20%.
O país vive um verdadeiro manicômio tributário, não apenas pela magnitude de impostos, como por uma enorme complexidade.
O Brasil mesmo com população jovem, apresenta um rombo previdenciário insustentável. Onde está a reforma?
A educação pública continua de péssima qualidade e a presidente resolveu manter o (péssimo) ministro mesmo depois de seguidos tropeços.
O presidente Lula (deveria escrever com letra minúscula!) teve oito anos para lutar por uma reforma política, mas o “mensalão” pareceu um atalho mais atraente.
Tudo se resume à partilha do butim da coisa pública.
O resultado está aí: “nunca antes na história deste país”tivemos tantos escândalos de corrupção em apenas um ano de governo. Este é um governo envolto em escândalos, cuja responsabilidade é, em última instância, da própria presidente que escolhe seus ministros. É questão de tempo até a maioria perceber que esta “faxina ética” é um engodo.”
E termina:
“O governo Dilma, em seu primeiro ano, não soube aproveitar o capital político fruto da popularidade elevada: não cortou os gastos públicos; reduziu os investimentos; ressuscitou fantasmas ideológicos como o protecionismo; não debelou a ameaça inflacionária; e entregou fraco crescimento. Isso além dos infindáveis escândalos de corrupção. Um começo medíocre sendo muito obsequioso.”
Mas o Deus é brasileiro! E não há-de ser nada. O país é imenso, cheio de juventude e recursos, e assim, estes males, endêmicos”, acabam por passar disfarçados.
O tal futuro que...
27/12/2011