domingo, 11 de abril de 2010


NOTICIAS  DE  LONDRES



Os ingleses têm coisas admiráveis! Não foi a minha primeira visita a este país, talvez a décima, tendo a primeira acontecido há quase cinquenta anos.
Quando me refiro a “coisas admiráveis” não estou a falar do Big Ben, a Tower Bridge, nem os inacessíveis Bentleys, mas à atitude do seu povo no dia a dia. Eles gabam-se de terem sido os primeiros a estabelecer um regime (quase) democrático, quando obrigaram o rei John Lackland a aceitar a Magna Carta, os primeiros a usar máquinas na industrialização, explorando vergonhosamente a mão de obra das classes pobres que se alimentavam de gin e, às vezes um ovo. Também inflam o peito com a gloria dos primeiros sindicatos, dos seus grandes físicos, matemáticos e pensadores, sem esquecer Darwin o “pai” da teoria da evolução.
Armaram piratas e corsários, sobretudo o famoso Sir Walter Raleigh a quem (dizem as más línguas... e as boas) a rainha Elisabeth I emprestava furiosamente os seus amores, antes de se auto-denominar a rainha virgem! Entretanto espalham-se pelo mundo criam o grande império onde o sol nunca se punha e começam a levar para casa alguns hábitos dos novos povos. Espionaram e espionam todo e qualquer detalhe que os puossa favorecer ou aumentar o seu poderio e a sua organização. Viciaram-se no tabaco, elegeram a batata como base da alimentação, e não fizeram do “Five ó clock tea”, essa aguinha chilra e quente, um dos seus modos de vida.
Uma das regiões de grande espionagem, é hoje o Brasil, que, dizem as boas e também as más línguas, não tarda a ser a quinta potencia mundial, tanto mais que os ingleses, depois de terem sido a primeira, não tarda estarão depois da décima!
Posto isto vamos citar algumas das melhores cópias que os ingleses levaram para a sua terra. Primeiro a rede de caminhos de ferro! Igualzinha à do Brasil. “Ligeiramente” maior, mas... E os seus preços! Um grupo de sete pessoas pagou, ida e volta Londres-Brighton, £ 29,00, o que traduzido em Reais dá cerca de 80,00 reais. Todos bem instalados, confortáveis. Cerca de R$ 11,40 por cabeça! Ora como de Londres a Brighton são cerca de 75 quilômetros, equivale à distância entre o Rio de Janeiro e Petrópolis, cujo ônibus – não tem mais linha de trem! – só na ida, custa cerca de $20,00.
Além de mais os trens no Reino Unido partem e chegam a horas rigorosamente certas... tal e qual.
E os bus de Londres? Aqui é flagrante a cópia da organização dos ônibus do Rio, onde há dezenas de empresas a explorar os transportes públicos, cada uma com pior serviço do que outra. Um turista, em Londres, compra um ticket de uma semana e pode andar de ônibus o tempo todo, custando-lhe isso £ 16, (cerca de R$ 45,00). As carrocerias dos ônibus, bem como toda a mecânica é feita em ambos os respectivos países. O Brasil já é autônomo em combustíveis e ainda tem os renováveis, coisa que a Inglaterra não tem, e motoristas, no entanto ganham em Inglaterra mais do dobro do que os do Rio! Porque tanta diferença em serviço, qualidade, preço, etc., é isso o que os espiões da rainha tentam descobrir.
Os bus são impecáveis de limpos, os motoristas educados, as pessoas levantam-se, mesmo, para dar o lugar a idosos, em cada ponto dos bus tem afixado o horário em que cada linha ali passa, enfim viva o Brasil que tanto tem a ensinar ao velho e decrépito mundo.
Outros detalhes: lá pelo país da rainha,quando se repara o piso de uma rua, nem se dá conta de ter havido ali ou um buraco ou uma obra. Já no Rio o pessoal é muito mais clever! Normalmente ao tapar (?!) o buraco – coisa que não se tem feitos há anos, daí estarem as ruas e estradas todas num estado abaixo de lastimoso – os “técnicos tapa buracos”, colocam areia demais, pouca pedra e deixam um calombo! A idéia, interessante, é que com o tempo os carros ao passarem por cima acabam por nivelar o piso! Nunca nivelou, mas... E é conveniente saber que, por hábito, o mesmo buraco é refeito inúmeras vezes! A verdade é que é preciso dar trabalho a empresas contratadas para o efeito, que se fizessem o trabalho bem feito, ao fim de pouco tempo perdiam essa “boquinha”!
E os ingleses nos sinais de trafico! São uns complexados! Ninguém avança o sinal vermelho mesmo que não haja num raio de muitas milhas um simples cidadão que queira atravessar a rua. Tal qual, tal qual, como no Brasil, onde a luz verde significa que se pode passar a 80 quilômetros/hora e o vermelho só a 70!
O mais escandaloso são as escolas publicas. Toda a criança, inglesa ou imigrante, tem que frequentar as escolas. Criança vinda de fora não se lhe exige qualquer certificado: entra na aula da garotada da mesma idade, e como normalmente tem dificuldade em acompanhar o professor – língua nova – as escolas dispõem de educadores suplementares para ajudar estes novos a atingirem o nível que lhes compete.
E os professores não faltam às aulas. Incrível! Nos intervalos das aulas, as crianças ainda aprendem uma porção de jogos: basquete, tênis, futebol e outros, sendo que têm os devidos espaços e campos para praticarem esses desportos.
Estou a lembrar-me duma escola publica em Jacarepaguá onde uma professora de nome dedicado ao sacrifício – Joaninha d`Arc – faltava duas a três vezes por semana as aulas: ou dizia que ia ao medico, ou levava a filha ao medico, ou a mãe! Devia ser a mãe!
E os ingleses com os seus serviços secretos do MI6, tentam captar a filosofia básica dos brasileiros, nestes, e muitos outros aspectos, e levam do Brasil os conhecimentos e organizações para os implantarem em terras de Albion!
Para terminar estas notícias a rainha Elisabeth II ainda está para durar!
Mas...fala serio!
 
09-abr-10

do Brasil, por Francisco G. de Amorim

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