terça-feira, 11 de junho de 2024

 Este texto é, primeiro, dedicado a alguém que me perguntou se o Salazar não era igual ao Putin !

Um pouco de História

Os comunistas não vão gostar, os extremistas também não e os centristas espero que compreendam um pouco mais sobre uma época remota e atual, que vou tentar mostrar.

Quando Marx, Lenine e Cia. viraram a história, assassinaram milhões, incluindo o Tzar e família. E foram declarando que o mundo seria subjugado pelo socialismo marxista (eufemismo que significa violenta ditadura de uns quantos gananciosos e incapazes de promover a economia de um país).

Viviam-se tempos de monarquias idiotas onde foi muito fácil virar o jogo, metendo na cabeça dos trabalhadores que ia ser tudo deles, correndo com os nobres (parecido com o que se passou, por exemplo, em Angola, quando assumiu a independência e o povo se convenceu que ia ficar rico com toda a infraestrutura que os portugueses lá deixaram). Só a Inglaterra não foi na conversa porque estavam progredindo economicamente  (bem sei que ajudados pelo sistema quase escravocrata do que pagavam aos operários, incluindo a crianças de 10 e 12 anos) (“culpa” do Adam Smith, o “pai do capitalismo” apesar de ter afirmado que a riqueza vem do trabalho!).

Mas esse pseudo socialismo espalhou-se pelo mundo quase na mesma velocidade que o Islão nos séculos VII e VIII, e as pessoas, idiotas, sonhavam que tudo ia ser um paraíso.

Alemanha, Itália, França e Espanha estavam já transbordando com esse socialismo que os foi destruindo.

Na Espanha reinava uma anarquia geral, antagonismo feroz entre nobres e trabalhadores, militares, catalães, bascos e monarquia absoluta, sindicatos, etc. Eleições várias elegiam o governo ora de um lado ora de outro com os republicanos numa aliança de conveniência com anarquistas e comunistas, e os nacionalistas em outra aliança de falangistasmonarquistascarlistas e católicos, acabou em guerra feroz. Os primeiros apoiados pela URSS, México e França e do outro lado a Itália (que acabou por se retirar), Alemanha e um pouco de Portugal.

Os comunistas começaram com atos de terrorismo, e anunciavam, ufanos que logo que dominassem a Espanha, Portugal era um “uma coisinha” que eles dominariam de seguida.

Estamos em 1936, início da Guerra.

Portugal no final do século XIX já agonizava com monarquias incapazes, cresciam movimento revolucionários, com a Carbonária, profundamente anti-religiosa, onde incluíam os monarcas católicos, até que, ligados a republicanos, assassinaram o Rei e o Príncipe Herdeiro, em 1908.

Dois anos depois implantou-se a República, 5 de Outubro de 1910, que desde cedo deu sinais de instabilidade e de progressiva degradação das suas instituições. Eram constantes os rumores e as ameaças de golpe.

Nos primeiros anos da década de 1920, terminada a I Grande Guerra, a instabilidade cresceu: para além dos governos se sucederem a um ritmo alucinante (foram 23 os ministérios entre 1920 e 1926), os atentados bombistas e a forte actividade anarco-sindicalista criavam no país um clima pré-insurreccional que fazia adivinhar um fim próximo para o regime.

A inflação atingia valores insuportáveis e o anticlericalismo era feroz.

Em 1926 o General Gomes da Costa, monárquico, dá início a uma revolta contra o descalabro que o país vivia, ainda ele e outro militar assumem a presidência, mas em 1928 o general Carmona, num contra golpe assume a presidência.

As finanças eram um outro descalabro, e não se encontrava ninguém capaz de “arrumar” a casa.

Em Coimbra, na Universidade, um professor de destacava. O único aluno que tinha completado o curso de direito de cinco anos, em quatro, e com 19 valores, é logo convidado para professor mesmo antes de defender a sua tese; catedrático de Economia Política, Ciência das Finanças e Economia Social da Universidade de Coimbra

Ex seminarista, católico, filho de gente humilde, rebatia nos jornais os pobres artigos sobre economia, propondo soluções, ao mesmo tempo defendo com veemência os ataques à Igreja Católica.

Em junho de 1926 os militares convidam Salazar para a pasta das finanças; relutante, aceita, mas passados treze dias Salazar renuncia ao cargo e retorna a Coimbra por não lhe ter quaisquer condições que achava indispensáveis ao seu exercício. Simplesmente virou costas e voltou para Coimbra. O que tinha encontrado era confusão, indisciplina e muitos a dar sentenças.

Em 27 de abril de 1928, após a eleição do general Óscar Carmona e na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio das contas públicas, Salazar reassumiu a pasta das finanças, mas exigiu o controlo sobre as despesas e receitas de todos os ministérios. Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, com aumentos de impostos e criação de novos, adiamento de obras de fomento e congelamento de salários, conseguindo um superavit, um "milagre" nas finanças públicas logo no primeiro exercício económico de 1928–29.

"Sei muito bem o que quero e para onde vou", assim definiu os seus objetivos.

Na imprensa, era controlada pela censura, Salazar seria muitas vezes retratado como "salvador da pátria". Mas também algumas imprensas internacionais, não controladas pela censura, apontavam méritos a Salazar; em março de 1935 a revista Time afirmou que

"é impossível negar que o desenvolvimento económico record registado em Portugal não só não tem paralelo em qualquer outra parte do mundo como também é um feito para o qual a história não tem muitos precedentes”.

Acabou a inflação, o país sossegou.

Ameaçado pela Guerra civil em Espanha, apesar de completamente oposto a tudo que fosse comunismo, apoiou os falangistas, mas mostrou a Franco que protegia também fugitivos republicanos que entravam em Portugal, desviando-os das mãos dos inimigos.

Veio a 2ª Guerra Mundial, 1939-1945; assediado por Hitler que queria ocupar a Península Ibérica para evitar a entrada de americanos por esse lado, apesar das ótimas relações seculares com a Germânia, negou-se a participar, o mesmo acontecendo com os ingleses nossos “aliados” desde o século XIV, também se negou a participar desse lado e Portugal foi o único país que em toda a Europa viveu esse período em paz.

A II Guerra mudou a mentalidade dos povos não só europeus, estes querendo mais liberdades democráticas, mas também africanos que começam a querer libertar-se do colonialismo.

Aí Salazar, foi incapaz. Um grande economista e financeiro, mas um péssimo político, não aceitando dialogar com liberdades, quer de expressão como de ações. Ele era o “imortal”, o único que tinha mostrado conduzir o país em paz e estabilidade económica, e quem se lhe opusesse estava condenado. Para isso a PIDE, polícia do Estado, facilmente extrapolou o seu poder e prendeu e torturou muita gente.

A sua mentalidade em relação ao povo mais simples e em grande maioria analfabeto, dizia que se eles aprendessem mais e ganhassem mais dinheiro iam começar a comprar tudo, endividar-se e viver pior!

Se até aquela altura se podia falar abertamente, depois passou a haver cuidado.

Um pouco do que estamos a assistir agora no Brasil com a ditadura do STF mancomunado com o socialismo marxista num governo desgovernado. Liberdade de expressão ou agrada ou... cadeia.

A diferença é que em Portugal ainda se não metia a mão na “res publica”, nem consta que nem um dos seus colaboradores, durante todo o governo de Salazar, tivesse enriquecido, enquanto no Brasil é o que fazem os “democratas-bolcheviques” com maior à vontade e descaramento.

Salazar governou Portugal durante 40 anos e morreu com menos dinheiro do que quando era só professor em Coimbra.

Em vez de dialogar com portugueses liberais e com líderes africanos, ou os mandava prender ou esles tiveram que fugir para outros países onde aprenderam sobretudo táticas de guerrilha.

Aprés moi le deluge! Eu não sei se Salazar terá dito ou pensado assim. Ele sentia-se o Presidente Imortal e Único capaz. Mas foi a herança que deixou, e os “libertadores” da democracia, os idiotas do 25 de Abril, fizeram um revolução de capitães bonitinhos e entregaram tudo na mão dos tais marxistas que arruinaram o país num instante. O estoque de ouro (tempo do padrão ouro) foi esvaziado num instante, e o dólar que valia 28$00 passou para cerca de 150$00. E pior, os que usurpara o poder venderam-se à URSS, que os trataram ($$$) muito bem, o que permitiu o desmonte de tudo o que os portugueses tinham deixado nas colónias, fundamentalmente em Angola, onde até fábrica de caminhões Mercedes havia, para ser destruída logo de seguida. E originou duas guerras fratricidas, Angola e Moçambique que deixaram cerca de 2.000.000 de vítimas.

Para terminar, Salazar ainda hoje é lembrado pela sua austeridade e integridade, mas ninguém pode esquecer aquela miserável polícia política e a perseguição aos líderes nacionais e africanos, com requintes de bestialidade.

 

10/06/24

 

 

 

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