Este texto é, primeiro, dedicado a alguém que me perguntou se o Salazar não era igual ao Putin !
Um
pouco de História
Os
comunistas não vão gostar, os extremistas também não e os centristas espero que
compreendam um pouco mais sobre uma época remota e atual, que vou tentar
mostrar.
Quando
Marx, Lenine e Cia. viraram a história, assassinaram milhões, incluindo o Tzar
e família. E foram declarando que o mundo seria subjugado pelo socialismo
marxista (eufemismo que significa violenta ditadura de uns quantos gananciosos
e incapazes de promover a economia de um país).
Viviam-se
tempos de monarquias idiotas onde foi muito fácil virar o jogo, metendo na
cabeça dos trabalhadores que ia ser tudo deles, correndo com os nobres
(parecido com o que se passou, por exemplo, em Angola, quando assumiu a
independência e o povo se convenceu que ia ficar rico com toda a infraestrutura
que os portugueses lá deixaram). Só a Inglaterra não foi na conversa porque
estavam progredindo economicamente (bem
sei que ajudados pelo sistema quase escravocrata do que pagavam aos operários,
incluindo a crianças de 10 e 12 anos) (“culpa” do Adam Smith, o “pai do
capitalismo” apesar de ter afirmado que a riqueza vem do trabalho!).
Mas
esse pseudo socialismo espalhou-se pelo mundo quase na mesma velocidade que o
Islão nos séculos VII e VIII, e as pessoas, idiotas, sonhavam que tudo ia ser
um paraíso.
Alemanha,
Itália, França e Espanha estavam já transbordando com esse socialismo que os
foi destruindo.
Na
Espanha reinava uma anarquia geral, antagonismo feroz entre nobres e
trabalhadores, militares, catalães, bascos e monarquia absoluta, sindicatos,
etc. Eleições várias elegiam o governo
ora de um lado ora de outro com os republicanos numa aliança de
conveniência com anarquistas e comunistas, e os nacionalistas em outra aliança
de falangistas, monarquistas, carlistas e católicos, acabou em guerra feroz. Os primeiros apoiados pela URSS, México e França
e do outro lado a Itália (que acabou por se retirar), Alemanha e um pouco de
Portugal.
Os comunistas começaram com atos de
terrorismo, e anunciavam, ufanos que logo que dominassem a Espanha, Portugal
era um “uma coisinha” que eles dominariam de seguida.
Estamos em 1936, início da Guerra.
Portugal no final do século XIX já agonizava
com monarquias incapazes, cresciam movimento revolucionários, com a Carbonária,
profundamente anti-religiosa, onde incluíam os monarcas católicos, até que,
ligados a republicanos, assassinaram o Rei e o Príncipe Herdeiro, em 1908.
Dois anos depois implantou-se a República, a 5 de Outubro de 1910, que desde cedo deu sinais de
instabilidade e de progressiva degradação das suas instituições. Eram
constantes os rumores e as ameaças de golpe.
Nos primeiros anos da década de 1920, terminada a I Grande Guerra, a instabilidade cresceu: para além
dos governos se sucederem a um ritmo alucinante (foram 23 os ministérios entre 1920 e 1926), os atentados bombistas e a forte
actividade anarco-sindicalista criavam
no país um clima pré-insurreccional que fazia adivinhar um fim próximo para o
regime.
A inflação atingia valores
insuportáveis e o anticlericalismo era feroz.
Em 1926 o General Gomes da Costa,
monárquico, dá início a uma revolta contra o descalabro que o país vivia, ainda
ele e outro militar assumem a presidência, mas em 1928 o general Carmona, num
contra golpe assume a presidência.
As finanças eram um outro descalabro, e
não se encontrava ninguém capaz de “arrumar” a casa.
Em Coimbra, na Universidade, um
professor de destacava. O único aluno que tinha completado o curso de direito
de cinco anos, em quatro, e com 19 valores, é logo convidado para professor
mesmo antes de defender a sua tese; catedrático
de Economia Política, Ciência das Finanças e Economia Social da Universidade de
Coimbra
Ex seminarista, católico, filho de
gente humilde, rebatia nos jornais os pobres artigos sobre economia, propondo
soluções, ao mesmo tempo defendo com veemência os ataques à Igreja Católica.
Em junho de 1926 os
militares convidam Salazar para a pasta das finanças; relutante, aceita, mas
passados treze dias Salazar renuncia ao cargo e retorna a Coimbra por não lhe ter quaisquer
condições que achava indispensáveis ao seu exercício. Simplesmente virou costas e voltou para Coimbra. O que tinha encontrado
era confusão, indisciplina e muitos a dar sentenças.
Em 27 de abril de 1928, após a eleição
do general Óscar Carmona e na sequência do fracasso do seu
antecessor em conseguir um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio
das contas públicas, Salazar reassumiu a pasta das finanças, mas exigiu o
controlo sobre as despesas e receitas de todos os ministérios. Satisfeita a
exigência, impôs forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, com
aumentos de impostos e criação de novos, adiamento de obras de fomento e
congelamento de salários, conseguindo um superavit, um
"milagre" nas finanças públicas logo no primeiro exercício económico
de 1928–29.
"Sei
muito bem o que quero e para onde vou", assim definiu os seus objetivos.
Na imprensa, era controlada pela
censura, Salazar seria muitas vezes retratado como "salvador da
pátria". Mas também algumas imprensas internacionais, não controladas pela
censura, apontavam méritos a Salazar; em março de 1935 a revista Time afirmou que
"é impossível negar que o
desenvolvimento económico record registado em Portugal não só não tem paralelo
em qualquer outra parte do mundo como também é um feito para o qual a história
não tem muitos precedentes”.
Acabou a inflação, o país sossegou.
Ameaçado pela Guerra civil em Espanha, apesar
de completamente oposto a tudo que fosse comunismo, apoiou os falangistas, mas
mostrou a Franco que protegia também fugitivos republicanos que entravam em
Portugal, desviando-os das mãos dos inimigos.
Veio a 2ª Guerra Mundial, 1939-1945;
assediado por Hitler que queria ocupar a Península Ibérica para evitar a
entrada de americanos por esse lado, apesar das ótimas relações seculares com a
Germânia, negou-se a participar, o mesmo acontecendo com os ingleses nossos
“aliados” desde o século XIV, também se negou a participar desse lado e Portugal
foi o único país que em toda a Europa viveu esse período em paz.
A II Guerra mudou a mentalidade dos
povos não só europeus, estes querendo mais liberdades democráticas, mas também
africanos que começam a querer libertar-se do colonialismo.
Aí Salazar, foi incapaz. Um grande
economista e financeiro, mas um péssimo político, não aceitando dialogar com
liberdades, quer de expressão como de ações. Ele era o “imortal”, o único que
tinha mostrado conduzir o país em paz e estabilidade económica, e quem se lhe
opusesse estava condenado. Para isso a PIDE, polícia do Estado, facilmente
extrapolou o seu poder e prendeu e torturou muita gente.
A sua mentalidade em relação ao povo
mais simples e em grande maioria analfabeto, dizia que se eles aprendessem mais
e ganhassem mais dinheiro iam começar a comprar tudo, endividar-se e viver
pior!
Se até aquela altura se podia falar
abertamente, depois passou a haver cuidado.
Um pouco do que estamos a assistir
agora no Brasil com a ditadura do STF mancomunado com o socialismo marxista num
governo desgovernado. Liberdade de expressão ou agrada ou... cadeia.
A diferença é que em Portugal ainda se não
metia a mão na “res publica”, nem consta que nem um dos seus colaboradores,
durante todo o governo de Salazar, tivesse enriquecido, enquanto no Brasil é o
que fazem os “democratas-bolcheviques” com maior à vontade e descaramento.
Salazar governou Portugal durante 40
anos e morreu com menos dinheiro do que quando era só professor em Coimbra.
Em vez de dialogar com portugueses
liberais e com líderes africanos, ou os mandava prender ou esles tiveram que
fugir para outros países onde aprenderam sobretudo táticas de guerrilha.
Aprés
moi le deluge! Eu não sei se Salazar
terá dito ou pensado assim. Ele sentia-se o Presidente Imortal e Único capaz. Mas
foi a herança que deixou, e os “libertadores” da democracia, os idiotas do 25
de Abril, fizeram um revolução de capitães bonitinhos e entregaram tudo na mão
dos tais marxistas que arruinaram o país num instante. O estoque de ouro (tempo
do padrão ouro) foi esvaziado num instante, e o dólar que valia 28$00 passou para
cerca de 150$00. E pior, os que usurpara o poder venderam-se à URSS, que os trataram
($$$) muito bem, o que permitiu o desmonte de tudo o que os portugueses tinham
deixado nas colónias, fundamentalmente em Angola, onde até fábrica de caminhões
Mercedes havia, para ser destruída logo de seguida. E originou duas guerras
fratricidas, Angola e Moçambique que deixaram cerca de 2.000.000 de vítimas.
Para terminar, Salazar ainda hoje é
lembrado pela sua austeridade e integridade, mas ninguém pode esquecer aquela
miserável polícia política e a perseguição aos líderes nacionais e africanos,
com requintes de bestialidade.
10/06/24
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