quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Este blog, eu, esteve em descanso muito tempo. Outros valores mis altos se levantaram e deixaram o blog repousar em cima das 952 postagens que foram entretanto colocadas.
Falam de tudo e quase nada, mas têm história.
Hoje retomo, determinado a prosseguir com textos vários enquanto o Caronte não levar a moeda para me embarcar.

Boa leitura e comentem, mesmo que estejam em desacordo.

25 de Abril

Portugal = Brasil

Democracia ou Cleptocracia

Nos vários dicionários que há anos me ajudam a ser menos burro (reconfirmo que tenho a maior simpatia e admiração pelos burros, os Equus africanus asinus, e considero uma ofensa covarde chamar burro a alguém dotado de estupidez e ganância, de que os simpáticos Equus africanus não participam), já tive o trabalho de riscar a palavra democracia, porque ou ela foi mal traduzida da origem ou se deturpou de tal forma que hoje não sei de lugar algum onde in vero a fonte de soberania seja o conjunto da população.

Continua a existir o “sabe com quem está falando”, ou o “juiz é quem resolve” mesmo em situações que ele não sabe ou não quer resolver, e ninguém do chamado PRIMEIRO mundo (uma piada covarde esta designação) conseguiu aprender com os inuits como se resolvem problemas “judiciais”.

Vamos dar uma pequena volta no Vinteecincobarraquatro que vai ser estrondosamente festejado daqui a um mês em Portugal pelo seu 50° aniversário.

Vivia-se um regime podre, gasto, empedernido, sem visão, fechado e covarde em muitos aspetos, e foi preciso uma cadeira podre também, para derrubar, primeiro, o velho ditador para a seguir assistirmos à pusilanimidade daquele que assumiu o governo, pusilanimidade que ele havia demonstrado toda a sua vida na política. Grande professor de direito e covarde político.

Sem jamais se ter aberto diálogo com os africanos e consecutivos erros governamentais, meia dúzia de capitães, pensaram que derrubando o governo tudo entraria numa planície florida.

Imbecis não escolheram as flores, nem souberam o que fazer depois de enfiarem na cadeia todos aqueles a quem lhes apeteceu.

Apareceram as flores, sim, os cravos vermelhos há muito encomendados em França pelos comunistas que sabiam que nesse dia se iam apropriar do país deixando os imberbes capitães a assistirem ao desmonte de uma história, de uma economia, apregoando democracia, palavra gasta e falsa, que se consumou em assassinatos e prisões arbitrárias.

Entregaram-se as colónias ao bloco soviético, que devastaram tudo quanto os portugueses por lá haviam feito com trabalho e dedicação, deixando as populações nativas em terríveis guerras fratricidas que aniquilaram bem mais do que 1.000.000 de vítimas fatais, além daquelas que não conseguiram sobreviver por falta de estruturas de produção.

Por fome. Coisa que jamais tinha acontecido na chamada África Portuguesa.

Donos do poder, os tais “capitães” promoveram-se todos a generais e almirantes, quiseram implantar em Portugal o sistema bolchevista, dizimaram a economia que estava forte, com uma das moedas mais fortes de toda a Europa, e “arrotavam” grosseiramente a palavra democracia.

Hoje insistem nessa palavra amaldiçoada e mais ainda em liberdade, quando é notório o domínio do governo sobre todos os órgãos de informação que se permitem até insultar presidentes de outros países – do Brasil, por exemplo – que não alinhem com a sua vermelhusca e torpe mentalidade.

Hoje Portugal e o seu país irmão Brasil vivem em CLEPTOCRACIA plena. Desgarrada.

E foi este sistema de governo que ajudaram a implantar em África. Governantes que ficaram, e ficam milionários, bilionários e o povo... O povo? Que se dane o povo.

Hoje muitos choram a saída dos portugueses. Não adianta chorar. A luta agora é interna e vai levar ainda muito, muito tempo a normalizar.

No Brasil, quando aqui cheguei há quase meio século, afirmei, quando questionado, como é que eu previa o futuro desta terra.

Tem que fazer como os chineses: - Se os teus planos forem a um ano planta arroz ou trigo, a dez, planta árvores, mas a cem -100 - educa o povo.

Exclamação de quem me fez a pergunta: Cem anos ???

Minha resposta: - Sim, cem anos, a contar a partir do momento em que comecem a ensinar o povo, o que ainda não começou.

E ainda hoje não começou com seriedade. Deturpa-se a história, criaram-se heróis de mentirinha e o povo agarra-se ao samba, à beleza das praias, às mulheres desnudas, e... o principal fica nas mãos de poderosíssimos grupos de traficantes de tudo quanto existe, grupos que recebem triunfalmente o maior cleptomano de toda a história do país e o aplaudem.

Tudo farinha do mesmo saco podre.

Democracia morreu. Vota-se nesses países? Como no Brasil, Coreia do Norte ou Rússia, e chama-se a isso democracia?

Rouba-se descaradamente dos cofres públicos, nomeiam-se condenados para altos cargos no governo e até nos chamados superiores tribunais, e isso é democracia?

Controla-se toda a mídia, toda, que se “esquece” de criticar o governo e ataca constantemente os oponentes, e isso é democracia?

Populi potencia, com populares, como em Roma?  O que existe hoje é populatio ou populatrix comandados por um populabundus.

Este recado, em língua muito usada no direito, tem destino.

Pobre país rico, o mais rico, naturalmente, de todo o planeta, que exporta milhões de toneladas de alimentos e não coordena os núcleos de gente com fome.

 

29/02/2024




2 comentários:

  1. SUBSCREVO E REGOZIJO-ME COM O REGRESSO DO MEU MUITO ESTIMADO AMIGO-IRMÃO.

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  2. Francisco,
    Isso, por aí, não vai nada bem, com um Presidente que confunde política internacional e comício sindical.
    Por cá, é o que se vê.
    Mas tenho de ser justo:
    º Dos chamados "militares de Abril", muitos foram graduados em oficiais generais durante o Verão quente e, até, uns anos depois. Mas muitos foram também aqueles que acabaram por ser prejudicados nas suas carreiras militares (ficaram-se por majores e tenentes-coronéis). Conheço vários, alguns deles meus amigos de infância. E não consigo lembrar-me de nenhum dos "capitães de Abril" que tenha passado à reserva como oficial general.
    º O PCP (leia-se Álvaro Cunhal que, à data, vivia, não em Moscovo, não em Praga, mas em Paris), durante os primeiros dias, temeu sair da clandestinidade. Por isso, tanto à chegada a Lisboa, como durante os primeiros Governos Provisórios, Cunhal dizia e repetia à exaustão a palavra "confiança". A sua grande preocupação estratégica era insinuar-se para enquadrar e controlar o MFA. Só começou a deitar as garras de fora na sequência dos erros de Spínola, alguém completamente impreparado em matérias de política democrática. O caminho para o 11/03 e, mais tarde, para o climax de Agosto de 1975, foi percorrido lado a lado com a extrema esquerda (GDUP, SUV, etc.). Cedo, porém, talvez em Outubro de 1975, ele se apercebeu do perigo do esquerdismo (então maoista e trotskista) e lançou os CDR (Comités de Defesa da Revolução) com a finalidade de o barrar se não mesmo de o esvaziar. Os CDR nunca foram capazes de atingir tal propósito e, por isso, Cunhal retirou os seus militantes das ruas dias antes do 25/11. Suponho que ele não tinha dúvidas: se o esquerdismo prevalecesse, os membros do PCP seriam os primeiros a receberem guia de marcha para o Campo Pequeno (como então se dizia).
    Abraço
    APM

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