“A
Fronteira”
Uma
viagem em torno da Rússia
Toda
a gente sabe que um das mais importantes, e gratificantes, “presentes” que a
vida nos proporciona são os amigos que se vão aproximando, uns desde a mais
tenra idade, outros que só muito tarde apareceram. Amigos que permanecem “ad
aeternum!
Mas
como é bom ter amigos. E Amigos só existem os que sempre se escrevem com
maiúscula, e que duram para sempre, quer os tenhamos conhecidos há... quase um
século, como os que surgiram poucos anos faz, mas todos são os que nos dão
suporte ao coração e muita alegria sempre que podemos estar juntos.
Faz
poucos dias um deles que mora longe do Rio, apareceu, mesmo numa visita tipo
“relâmpago”, os seus compromissos não o deixaram estarmos mais tempo a falar,
falar, falar...
Fica
a alma mais aliviada, porque as saudades a vão deixando pesada, até por vezes
triste, quando temos quase toda a família espalhada por esse mundo, e poucos,
pouquíssimos, amigos por perto.
Esta
última visita trouxe-me, além do principal – um forte abraço – um livro,
sabendo que eu gosto de história, e toda a história tem um quanto de política e
de geografia, escrito por uma jornalista norueguesa, Erika Fatland*, que
percorreu uns 60.000 quilómetros para viajar ao longo da fronteira da Rússia,
tanto pelo Oceano Ártico e Mar de Barents como por mais de quatorze países e
umas quantas Repúblicas que se têm vindo a dividir (com a ajudinha dos
russos...).
Levou
quase três anos em viagem (Deus e ela sabem o que passou!) e de todos os países
fez um retrato atual (2017) e muita história sobre quem é quem e onde, o que
deu para preencher quase 700 páginas que se leem com muito interesse.
E
onde, não só eu, mas quem se atrever o lê-lo, aprenderá muito sobre esses
países que estão para lá dos Urais, países novos, etnias inúmeras, influências
do Ocidente nalguns lugares que não se imaginava, enfim é um livro para ler
duas vezes (com uns meses de intervalo !!!) porque não há como guardar na
memória tanta história, tanta luta, tanto problema.
E
uma mão cheia de atraso.
Não
há como comentar algumas das páginas de mais interesse, porque muitas seriam, e
poderia ser acusado de plágio.
Para
mim além do interesse por tudo isso ficou a certeza que não é só a idade que me
impede, agora, de ir visitar qualquer dessas regiões, mas para ver ditaduras,
corrupção, povos tristes, pobreza; para isso prefiro ficar por aqui mesmo, onde
os problemas em vez de se estarem a resolver se estão a agravar e multiplicar.
Recomendar
a leitura? Sem dúvida. Editora Âyné.
31/03/23
Não deixe de escrever, por favor. Tenho anfado sem telemóvel, A Ângela vai ajudar-me, talvrz na quinta, para falarmos. Perdoe-me. Abraço. Saúde.
ResponderExcluirBoa indicação, na Amazon está como o livro de viagens e turismo mais vendido....
ResponderExcluirLi sua avaliação com incontida alegria. Lembro-me que lá pelos idos de 2009, aventurei-me pelo itinerário Moscou – Ecaterimburgo – Nizhny-Tagil. Com suas observações, fica a sensação que também estou em dívida comigo mesmo; deveria ter ido além e tentado entender um pouco mais aqueles lados do mundo. Abraço fraterno.
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