segunda-feira, 3 de abril de 2023

“A Fronteira”

Uma viagem em torno da Rússia

 

Toda a gente sabe que um das mais importantes, e gratificantes, “presentes” que a vida nos proporciona são os amigos que se vão aproximando, uns desde a mais tenra idade, outros que só muito tarde apareceram. Amigos que permanecem “ad aeternum!

Mas como é bom ter amigos. E Amigos só existem os que sempre se escrevem com maiúscula, e que duram para sempre, quer os tenhamos conhecidos há... quase um século, como os que surgiram poucos anos faz, mas todos são os que nos dão suporte ao coração e muita alegria sempre que podemos estar juntos.

Faz poucos dias um deles que mora longe do Rio, apareceu, mesmo numa visita tipo “relâmpago”, os seus compromissos não o deixaram estarmos mais tempo a falar, falar, falar...

Fica a alma mais aliviada, porque as saudades a vão deixando pesada, até por vezes triste, quando temos quase toda a família espalhada por esse mundo, e poucos, pouquíssimos, amigos por perto.

Esta última visita trouxe-me, além do principal – um forte abraço – um livro, sabendo que eu gosto de história, e toda a história tem um quanto de política e de geografia, escrito por uma jornalista norueguesa, Erika Fatland*, que percorreu uns 60.000 quilómetros para viajar ao longo da fronteira da Rússia, tanto pelo Oceano Ártico e Mar de Barents como por mais de quatorze países e umas quantas Repúblicas que se têm vindo a dividir (com a ajudinha dos russos...).

Levou quase três anos em viagem (Deus e ela sabem o que passou!) e de todos os países fez um retrato atual (2017) e muita história sobre quem é quem e onde, o que deu para preencher quase 700 páginas que se leem com muito interesse.

E onde, não só eu, mas quem se atrever o lê-lo, aprenderá muito sobre esses países que estão para lá dos Urais, países novos, etnias inúmeras, influências do Ocidente nalguns lugares que não se imaginava, enfim é um livro para ler duas vezes (com uns meses de intervalo !!!) porque não há como guardar na memória tanta história, tanta luta, tanto problema.

E uma mão cheia de atraso.

Não há como comentar algumas das páginas de mais interesse, porque muitas seriam, e poderia ser acusado de plágio.

Para mim além do interesse por tudo isso ficou a certeza que não é só a idade que me impede, agora, de ir visitar qualquer dessas regiões, mas para ver ditaduras, corrupção, povos tristes, pobreza; para isso prefiro ficar por aqui mesmo, onde os problemas em vez de se estarem a resolver se estão a agravar e  multiplicar.

Recomendar a leitura? Sem dúvida. Editora Âyné.

 

31/03/23 

3 comentários:

  1. Não deixe de escrever, por favor. Tenho anfado sem telemóvel, A Ângela vai ajudar-me, talvrz na quinta, para falarmos. Perdoe-me. Abraço. Saúde.

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  2. Boa indicação, na Amazon está como o livro de viagens e turismo mais vendido....

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  3. Aléssio Ribeiro Souto5 de abril de 2023 às 15:50

    Li sua avaliação com incontida alegria. Lembro-me que lá pelos idos de 2009, aventurei-me pelo itinerário Moscou – Ecaterimburgo – Nizhny-Tagil. Com suas observações, fica a sensação que também estou em dívida comigo mesmo; deveria ter ido além e tentado entender um pouco mais aqueles lados do mundo. Abraço fraterno.

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