quarta-feira, 21 de outubro de 2009

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Voltemos a Angola!
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À  Baía  das  Pipas
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Depois deste passeio pelos incas, mapuches, peruanos e argentinos, vamos voltar a falar do nosso amigo O ALBERTO, sobre quem escrevi nos “Contos Peregrinos...” e transcrevi para o blog no último dia de 05 de Agosto.

Os blogs vão sendo conhecidos, palavra puxa palavra, o princesadonaimbe passou palavra, contatou o memoriaseraizes que, e aqui surge a grande surpresa e alegria, conhece e vive perto do famoso “O Alberto”, no Algarve!

Neste último – http://www.memoriaseraizes.blogspot.com/ – está a história da família Gomes, algarvios da gema, que em meados do século XIX partiu à aventura para as águas ricas de peixe, e se fixou na orla do deserto do Namibe, tanto em Porto Alexandre, hoje Tômbua (o nome gentílico da famosa e misteriosa Welwitschia Mirabilis) como em Moçamedes, agora Namibe.
Dessa família, há quase noventa anos, nasce o nosso Alberto, ainda hoje cheio de vida e histórias para contar e, apesar da idade, sempre forte e a criar à sua volta uma aura de simpatia, simplicidade e amizades.
Hoje recebi todas essas notícias, com algumas das fotos que aqui ficam, no seguinte e-mail:

Caro sr. Francisco Amorim
O meu nome é Telmo e sou de Moçamedes.
Através do blog da minha amiga Nidia Jardim (Princesa do Namibe) descobri o seu blogue onde tem desfiado as belas histórias sobre africa e não só.
Mas a que me interessou, foi claro, a história do Alberto Gomes.
E isto porque já tinha ouvido parte da história do encontro na fragata, o ano passado quando fui com o meu amigo Claúdio Frota a casa do Alberto, onde assisti ao vivo ao grande contador de histórias que é Alberto Gomes, ainda hoje, com quase 90 anos.
O Alberto e "seus oficiais"! À sua esquerda o ten. Emídio Navarro

E contou a historia, porque tinha lá na parede afixada uma foto desse encontro na fragata: e perante isso, pedi-lhe a dita para digitalizar e eventualmente incluir no texto que o Claúdio estava a escrever para o seu blogue ( http://memoriaseraizes.blogspot.com ).
Mas como as histórias foram tantas, essa foi uma de algumas que ficaram de fora do texto, bem como a foto: aqui vai ela se quiser utiliza-la no seu blogue.
Mas perante a bela história que o Francisco escreveu: falei com o Claúdio e decidimos dar conhecimento ao Alberto, que vive a alguns kms de nós, em Quarteira.

 

O Alberto, seus jovens 90 anos, na terra de seus avós!

E claro que Alberto Gomes nos recebeu de braços abertos como é costume e desfiou um rol de historias, inclusive quando o Claúdio estava a ler o seu texto.
Além de confirmar as historias que ia ouvindo com: "É VERDADE, SIM SENHOR!!"
Ao ouvir a historia ficou muito sensibilizado pela forma como foi recordado por si,pois é uma das belas recordações que trouxe de áfrica (uma de muitas que tem recordado nas conversas) e por fim agradeceu e pediu para lhe mandar "UM GRANDE ABRAÇO de saudades!"
Além do texto, também lhe mostrei algumas das fotos que tem no seu blogue (das férias na Argentina e da viagem no Mussulo em 2006).
E depois resolvemos tirar algumas fotos (no porto de pesca em Quarteira e em Vilamoura) para lhe enviar, que seguem em anexo.
Cumprimentos,
Telmo

A história da visita à fragata, foi muito sucintamente contada. Deve ter-se passado, como está na foto, em 1963. Já lá vão quarenta e seis anos!

 

Um ano antes, acompanhado do meu muito querido amigo, irmão, Alfredo Duarte Figueiredo, nessa altura diretor da Cuca em Nova Lisboa, sendo eu o responsável comercial da Companhia, decidimos fazer uma viagem de trabalho pela zona sul da Angola, região para onde era vendida a cerveja produzida naquela unidade. Moçamedes foi uma das cidades visitadas. O fim de semana chegou na mesma ocasião (creio que organizei a viagem já com esse objetivo!) e uma visita à família Gomes na Baía das Pipas, estava mais do que assente! Era fundamental.
Muita alegria, festa, banquete de frutos do mar, um pé de dança ainda hoje guardado em fita de vídeo, filmado na altura em 8 mm, uma pequena caçada pelo deserto (quando encontrámos as zebras), e todo aquele ambiente paradisíaco, que entra tão fundo no nosso ser que jamais sai!
O Alfredo era tio do Emídio Navarro que estava em Angola a cumprir serviço militar na Marinha como tenente engenheiro. E “tão mal” ouviu falar sobre o Alberto, que logo no seu navio, a fragata “Pacheco Pereira”, o comandante (creio que era o capitão de fragata Manuel Perestrello) decidiu que na próxima ida ao sul passariam na Baía das Pipas a visitar esta nobre e amiga figura.
Foi assim que, como descrito, uma bela manhã, surge para espanto daquela gente, nas tranqüilas águas da Baía das Pipas um “imenso” navio de guerra, donde baixa um escaler para buscar o nosso Alberto a ser recebido com “honras” a bordo!
Imaginem este navio "imenso" (93,7 metros de comprimento) a entrar na Baía das Pipas!

 

Na foto do grupoa, tirada ainda dentro do navio, há só um pequeno erro, quando indica como “brigadeiro” Navarro o que era na altura o tenente engenheiro!
Fica prometido para... quando... se... uma ida ao Algarve abraçar o meu querido amigo. O único problema é que daqui do Rio de Janeiro a Quarteira são mais de 10.000 km. e muitos dólares. Se assim não fosse hoje mesmo estaria a caminho!
Fica o abraço “virtual” enquanto a oportunidade real não surgir!
Saúde, sempre, meu amigo Alberto.







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