domingo, 10 de novembro de 2024

 

NO  PAÍS  DO  FAZ-DE-CONTA

 

Não há dúvida.

Com sete filhos, em 1975 ficar em Angola ou Moçambique estava completamente fora de causa.

Como já tinha estado no Brasil logo descartei esta hipótese tendo mesmo dito que para o Brasil só iria arrastado!

Meti-me a caminho do Mundo à procura de pouso para a numerosa família.

Portugal, desemprego em alta, aversão aos “retornados”; estava podre. (e continua bastante).

Fui a Bruxelas onde era muito considerado por uma grande firma de rações para animais, mas... a firma tinha sido vendida e fechada!

Dali, Canadá. Duas magníficas ofertas de trabalho. Mas precisava primeiro do visto de residente, que o secretário da Embaixada do Canadá em Portugal, que visitei antes de me meter a caminho, me havia dito que, com o meu curriculum, o visto era garantido. Pedi logo para mo darem indicando as ofertas que me propuseram. A resposta chegou “logo” ... seis meses depois! Perdi as hipóteses do Canadá, altamente prometedoras.

Ainda passei na Venezuela, mas... aquilo era uma bagunça. Ainda é. Até está pior.

Tinha um grande convite para me juntar a um dos maiores amigos, ex-sócio em Portugal quando ainda solteiros; estava na Austrália, bem de finanças e oferecia-me metade do que tinha como eu lhe oferecera quando sai de Portugal toda a minha participação numa sociedade verbal, que funcionava muito bem e nos dava com regularidade um acréscimo às magras finanças.

Decidi meter-me a caminho de Melbourne, num voo que parava no Rio de Janeiro, Santiago do Chile, Ilha de Páscoa, etc. Pelo caminho fui-lhe telefonando, mas ninguém respondia. Não podia desembarcar em Melbourne sem ele lá estar!

Fui ficando no Rio até o conseguir apanhar, mas ele tinha-se dado três meses de férias com uma jovem esposa – a terceira – e cheguei a pensar até que teria morrido.

Resultado: fiquei mesmo no Brasil que eu tanto não queria. Há quase meio século nesta bagunça!

Apresentei o meu curriculum – farto e forte – a duas empresas especializadas em gestores. Grandes elogios, com este curriculum vai ser fácil, em breve lhe telefonaremos, etc. Até hoje ainda não telefonaram...

Tive que me virar sozinho, passei o que o demo amassou, engoli e sobrevivemos. Até cadeiras, com a minha mulher, estofámos várias centenas, que depois eu ia entregar aos clientes!

Não mudou o país, e tem situações de um caricato, absurdo, que é por exemplo, o preço dos medicamentos.

Tanto eu como a minha mulher temos medicação ad vitam, de modo que estou sempre a comprar, e ontem lá foi mais uma quantidade.

Total dos “preços oficiais” R$422,40 !!! Desconto $297,47 !!!!!! Final a pagar $124,93 !!!!!!!!!!!
Jamais alguém poderia pensar que haveria em farmácias descontos de 71%. Chamam a isto desconto, quando é o preço real.

Mas o “gado”, i.é o povo, acha que lhe estão a fazer um favor e o Ministério da Saúde não moraliza esta situação porque a força do lobby das indústrias farmacêuticas junto do cão-gresso é tal que ninguém se atreve a mexer nesta insanidade.

Como também aquele outro absurdo, de que tanto tenho escrito, que é obrigar os rótulos de tudo que é alimento ou bebida ter a indicação Não contém glúten !

A culpa não é só do Peter (Laurence Peter – O Princípio de Peter) preenchendo lugares de responsabilidade nos governos com semi analfabetos, é sobretudo o aparelhamento governamental com apaniguados e dependentes políticos onde se incluem esposas/os, namoradas/os, amantes, sobrinhos/as, parentes, o que a grande maioria da população almeja: um cargo público.

Emprego eterno, não pode ser despedido, não faz quase nada, complica e estraga o que lhe passa nas mãos e o país só cresce porque além das suas potencialidades naturais sempre aparecem empreendedores capazes.

É evidente que há funcionários públicos capacitados, mas não podem criticar gestos de colegas. Convivem, fazem o que podem, e o resto... entregam a Nossa Senhora Aparecida, que tem mais o que fazer do que corrigir os analfabetos e prioritariamente os corruptos. Não é esse o papel da Senhora.

Creio que nem o Peter Pan gostaria de aqui viver.

E ainda falta referir que as universidades são, há já uns quantos anos, o berço da lavagem política de cérebros. Grande quantidade dos que por lá passam continuam a achar que o sapo-barbudo é ótimo, e que o socialismo-caviar é melhor do que uma política centrada na ética, transparência, educação verdadeira (como história sem heróis fingidos, nem renegando o passado), e muita dedicação e atenção ao desenvolvimento social.

Pois é, aqui todos riem e o narcotráfico, com apoio do governo e dos supremos tribunais, domina a maioria das cidades, manda e desmanda e...

... é nós os cidadãos comuns, de mãos atadas fingimos que o país tropical, à beira mar plantado, com todo o seu esplendor , que podia estar entre os três primeiros do mundo, é ... é o quê? Bonito? Isso é, praias maravilhosas, povo carinhoso e trabalhador, mas os governos esquecem que a

Fome no Brasil: em 5 anos, cresce em 3 milhões o nº de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, diz IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Cerca de 10,3 milhões de brasileiros vivem em lares nessa situação.

Percentual de domicílios com alimentação satisfatória atinge patamar mínimo em 15 anos.

Além do aumento da população que passa fome no país, a pesquisa mostrou também que:

·         O Brasil atingiu o menor patamar de pessoas com alimentação plena e regular.

·         A fome é mais prevalente nas áreas rurais.

·         Quase metade dos famintos vive na Região Nordeste do país. (Onde o PT sempre ganha)

·         Metade das crianças com até 5 anos tem restrição no acesso à alimentação de qualidade.

·         Mais da metade dos domicílios onde há fome são chefiados por mulheres.

·         Quanto maior o número de moradores no domicílio, menor é o acesso à alimentação plena.

·         Arroz pesa mais no orçamento de famílias com insegurança alimentar, aponta IBGE

·         Brasileiros gastam mais com jogos e apostas que com arroz, aponta IBGE (à espera do milagre da loteria que... só sai para o PT).

Classificado pelo IBGE como segurança alimentar, o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade - em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais - atingiu o menor patamar em 15 anos.

 

É isto o País do Faz-de-Conta: finge que está tudo bem.

Para o presidente está: foi a Abu Dhabi, levou, além da esposa-amada e metida a esperta, uma comitiva de quase 100 capangas. E ficou num hotel a US$ 10.000 por noite, quando teria aposentos, grátis, off course, na Embaixada do Brasil.

Ó Lula!!! E a fome?????

- Kéké isso de fome? Eu até só bebo Romanée Conti e como a melhor carne da JBS. Não sei o kéké isso de fome.

Tá certo, ó condenado pela justiça, não absolvido. Ainda tens um ano para roubar.

Mas Faz-de-Conta que está tudo bem.

 

09/11/2024

 

 

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