sábado, 4 de agosto de 2012



Lições do passado



A história antiga, medieval e moderna, tão clara nos seus ensinamentos, é de pasmar a sistemática repetição dos erros.
Tudo é fruto sempre do mesmo mal: a ganância, o luxo, as demonstrações de grandeza. Os países, impérios ou simplesmente grupos tribais, feudais, etc., todos cairam quando os chefes permitiram o luxo de gastos exgerados acima dos impostos cobrados.
Vem exemplos da Pérsia, do Egito, da Grécia, Macedónia, das grandes conquistas de Alexandre, sendo mais detalhadamente conhecido o declínio e extinção do Império Romano.
Há que reconhecer que os romanos deixaram um espantoso legado na administração e na organização militar. Mas tanto deixou crescer essas organizações que o aumento dos seus custos tornou impossível manter legiões, pretores, senadores, e até à população em geral faltou comida.
Em decadencia, enfraquecido, desmoralisado com tanta despesa e luxúria, não foi difícil aos povos germânicos se apossarem de Roma, que passou a viver uma época de insegurança, saques, sem comércio e sem alimentos.
Fugiram das cidades os grandes senhores, levando consigo criados e servos. Instalaram-se no campo, criando as “vilas”, onde passaram a viver do que produziam, numa agricultura simplesmente de subsistência.
Passado pouco a Europa foi assaltada por todos os lados. A sul pelos árabes que transformaram o Mediterrâneo, o “Mare Nostrum” dominado por Roma, num mar onde eles eram senhores e quase únicos navegadores e comerciantes. A leste as invasões de povos vindos até das estepes longíquas e a norte as devastadoras invasões dos normandos.
Não havia poder concentrado na mão de um rei que pudesse fazer frente a tantos inimigos, e assim foram surgindo, como as vilas dos romanos, os feudos, com caracteristicas semelhantes: uns senhores nobres, uns tantos servos e escravos, que viviam numa comunidade fechada. As feiras nesses feudos não utilizavam dinheiro; quase exclusivamente trocas: galinhas por panos, vinho por carne, etc. Sendo que para os agricultores, os trabalhadores, sobrava menos de 1/5 do que produziam. Era quase tudo para os seus senhores, em pagamento direto ou... em impostos... diretos. Os feudos eram unidades de produção fechada, mas pobre. Para crescerem tinham que guerrear algum vizinho. Muitos deles se destruiam com a guerra entre os herdeiros, apesar da lei prever que o primogénito era o único a herdar. Muitas vezes os outros irmãos não aceitavam serem jogados na miséria e combatiam o novo senhor, dividindo terras. Assim os feudos iam enfraquecendo enquanto viam as propriedades da igreja sempre em grande crescimento; primeiro porque não havia herdeiros para as dividirem e depois porque recebiam de todo o trabalhador aquele vergonhoso dízimo.
Foi neste tempo que a Europa viveu o chamado período “das trevas”. Tudo se reduziu de uma forma profunda; conhecimentos, cultura, e até o comércio quase deixou de existir, já que raramente alguém tinha excedentes de produção!
E a que espetáculo assistimos nos dias de hoje? Luxo, luxo, luxo, máquinas administrativas e militares absurdas, desemprego em alta, e os negócios ilícitos e criminosos a prosperarem: drogas e armas.
Chega agora um golpe duro: as secas e inundações a arrasarem plantações e encarecerem as comodities de produtos alimentares a patamares perigosissimos: os países pobres vão comprar menos, os enfraquecidos vão ter aumento no seu custo de vida e os produtores de carne e ovos...
Safa-se o Brasil com seus excedentes de produção e... quem mais?
Ninguém aprende com o passado! O que interessa é enriquecer os amigos, provocar guerras e deixar que a população viva drogada. Morre mais depressa.
A chama das Olimpiadas foi criada na Grécia para avisar os povos que durante aquele período de jogos, em que qualquer poderia participar, amigo ou inimigo, cessavam todas as guerras. Mesmo se deixarem esta acesa... adianta alguma coisa?
Só gastará mais gás!


04/08/2012

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