domingo, 28 de maio de 2023

 

Notícias de hoje e de quase sempre

 

Tudo isto que abaixo se lê foi reescrito em 2005, de um primeiro texto de 2003.

Mudou alguma coisa?

É este o futuro do Brasil, ficarmos cada vez mais na mesma?

Hoje não escrevo nada. Só transcrevo, dos principais jornais!

- Foto com um monte de gente numa fila, alguns sentados em cadeiras que levaram de casa, aguardando desde a madrugada que as escolas públicas abrissem para inscrever os filhos! Título da fotografia: A Fila da Vergonha!

- No apagar das luzes da gestão do presidente da Câmara de Deputados foi aumentada de R$ 12 mil para R$ 15 mil mensais a chamada verba de indenização dos deputados, quantia que eles podem gastar em restaurantes, hospedagem, combustível, etc.! Note-se que em 2002 tinham recebido um forte aumento de R$ 9 para os R$ 12 mil. (Hoje, 2023 está em $ 40.000)

- O mesmo presidente deixou pronto para o seu sucessor um projeto que aumenta de R$ 35,5 para R$ 45 mil a verba de gabinete, (hoje são só $ 118.376) e de 20 para 25 o número de funcionários por deputado! Na gestão do mesmo presidente, em 2003 a verba já tinha sido aumentada de R$ 25 para R$ 35 mil!

- O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas foi morto ontem com um tiro no rosto numa tentativa de assalto.

- Dentro de dias chega ao Brasil o novo avião (com banheira de hidromassagem) para o presidente Lula, que nos custou (ao povo) USD$ 56 milhões;

- O Palácio do Planalto acaba de gastar mais de R$ 253 mil na aquisição de duas ambulâncias que servirão exclusivamente ao presidente Lula nas suas deslocações. (Se for de avião ninguém sabe como levará as ambulâncias).

- A ONG - Transparência Brasil - divulgou um relatório em que acusa o Ministério da Educação de desvios de verbas até 55%; 63% dos municípios investigados têm desvios de recursos, e 43% fraudes em licitações; em 6 municípios os desvios ultrapassam 50% dos montantes recebidos.

- O presidente Lula já não fuma mais charutinhos baratos; agora são cigarrilhas holandesas ou “puros” oferecidos pelo colega Fidel.

- Na noite do seu último debate na TV, antes das eleições, quando se emocionou a falar da pobreza brasileira, o mesmo ainda só Lula, foi ao restaurante Osteria dell’Angolo, um dos mais caros de Brasília, beber uns copos de Romanée Conti a mais de R$ 1.500,00 a garrafa.

(Hoje cada garrafa custa mais de $45.000... e continuam a baber!)

- Para o cargo de secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social foi nomeada a irmã do chefe de gabinete do presidente Lula.

- Envolvido na chamada Operação Pororoca, que levou a Polícia Federal a prender e indiciá-lo por fraudes no valor de R$ 130 milhões em licitações públicas, um empresário do Amapá assumiu ontem uma cadeira no Senado Federal.

- No Rio de Janeiro policial mata ladrão em assalto a ônibus. (Normalmente quem morre são os policiais!)

- Também no Rio 24 novos vereadores já nomearam parentes diversos para desempenharem funções públicas.

- O líder do governo na Câmara dos vereadores nomeou a sua mulher para o cargo de consultora, com um salário de mais de R$ 4.500,00. (Hoje são $ 30.000, e já tem vários cérebros (nomeados!)

Para finalizar note-se que o salário mínimo no Brasil, tão discutido, está em R$ 270,00. (Hoje, aliás, só daqui a dias, $ 1.320, cerca de Euros 240, porque o dólar está com um valor, fictício, falso))

 12-jan-05

 

segunda-feira, 22 de maio de 2023

 

PÁTRIA

 

Estamos a viver momentos que parecem estar a mostrar-nos que a civilização Ocidental, conhecida por greco-romana, esta a chegar ao fim.

Baseada em conceitos que sempre foram fundamentais, sobretudo a família, o respeito pelos pais, avós e mais ancestrais, a ética, a história e outros de valor moral, que hoje são atacados, desmoralizados, destruídos, até em leis votadas em parlamentos, que como é evidente, estão cheios de gente envenenada, corrompida, talvez mesmo acéfala, que não vêm, ou não querem ver, que estão a destruir países, povos, para os deixarem entregues a invasores famintos.

O conceito de Pátria é algo tão volátil, tão difícil de entender e concretizar, que acabamos por concluir que a “nossa” Pátria não é mais aquela onde nascemos e vivemos, ou para emigrantes aquela que foi de seus pais, porque nessas nações já não há Pátria, conceito que poderia definir-se como sendo a terra onde nos sentimos bem, seguros, respeitados, onde se poderia antever um futuro, mesmo que só próximo.

Não há mais “disso”.

Fingem que se dão bem aqueles que enriquecem, mas Pátria não significa riqueza, mas comunidade, respeito.

Eu sou emigrante desde os meus 22 anos. Fui para Angola. Estive por lá mais de vinte anos, entre os quais quase quatro em Moçambique, onde, em ambos os territórios, estivemos dezesseis sob uma guerra estúpida, inútil e assassina.

A guerra não era entre brancos e africanos. Era contra o colonialismo, prova disso foi a quantidade de portugueses que se alinharam com nacionalistas, e comigo, que nunca deixei de viajar por terras onde as forças armadas de ambos os lados se enfrentavam. Aí conversava com nativos e sempre de lá saía com a sensação de ter deixado mais uns amigos.

Todos éramos gente.

E do meu país de origem?

O maior respeito pelos meus antepassados, uma saudade imensa dos meus pais, irmãos e amigos que têm ido descansar, mas da “terra”, como local de nascimento ou da infância guardo uma pequena saudade pouco mais que turística.

No Porto, onde nasci, saí de lá com 5 anos, depois em Lisboa, andando de casa às costas por falta de finanças que nos proporcionassem uma vida estável, foram cerca de 10 anos, intercalados com 5 quando fui estudar para Évora.

Fui, com este peregrinar por bairros e cidades, sistematicamente me separando dos amigos que criava na escola ou dos filhos dos amigos dos meus pais, e ganhando outros.

Finalmente em África comecei a minha vida, casado, reencontrei amigos, ganhei muitos novos, e foi nessas terras que me senti bem.

Fui obrigado, por razões políticas, sempre estúpidas e erradas, a sair de África, mas foi lá que deixei o meu coração e pensamento, foi lá que encontrei a minha Pátria, que depois a revolução comunista portuguesa m’a roubou.

Roubou a Pátria que tantos portugueses tinham adotado como sua, e, até hoje, em Portugal continua a esquerda a destruir a cultura, a dividir as famílias, a incutir-lhes falsidades nas cabeças e a venderem para estrangeiros o que receberam do anterior governo.

Nasci em Portugal, mas não é mais a minha Pátria, nem vou naquela utopia de Fernando Pessoa de “a minha Pátria é a língua Portuguesa”.

Pátria seria o lugar onde pudéssemos viver em paz, em que as comunidades, fossem de esta ou aqueloutra origem, mas unidas, respeitando-se a ajudando-se, onde houvesse segurança física e jurídica, e também que não se mantivesse, à força de governos ineptos e altamente corruptos, a abissal diferença entre o salário mínimo (hoje em R$ 1.320, = a US$ 250) e os salários dos políticos, generais estrelados, juízes (do supremo então é loucura, que atingem valores entre 10 a 25 mil dólares... fora o que escorre escondido!)

Fernando Pessoa não previu a catástrofe babilónica, destroçando a sua visão de Pátria, porque se o sentido era do entendimento, hoje prevalece o TOTAL desentendimento.

António Quadros tem uma visão clara de Pátria (Portugal – Razão e Mistério II – 1987):

“Se a Nação é a comunidade natural dos nascidos ou oriundos do mesmo território e se o Estado é a expressão política desta comunidade natural, a Pátria é a relação viva, profunda, substancial de um povo, não só com uma tradição contínua, transmitida de pais a filhos e articulada por laços culturais, políticos e jurídicos, mas também com um projeto teológico original.”

Onde está mais essa relação viva, essa tradição, esses laços políticos e jurídicos, quando sabemos que isso hoje está tudo desfeito, atacado, desfigurado?

Sonharam bem, Bandarra, Pe. António Vieira e Agostinho da Silva com o “Quinto Império”, que seria uma visão de paz, prosperidade e relações de amizade e enriquecimento cultural entre os países lusófonos. Talvez, um dia, quando?, esse V Império se torne realidade. Quando se der a Parúsia, a segunda vinda de Cristo. Talvez.

Como na eternidade tempo não coonta... um dia poderá ser uns milhares, milhões de anos!

Assim, hoje quem somos? Alguns filósofos dizem que não há apátridas, quando se limitam a uma pátria pouco mais que geográfica, a um cartão de identidade, como local de nascimento.

Portugal canta o Fado, o destino, o sofrimento, chora nas guitarras e ao tomar conhecimento dos candidatos eleitos!

Entretanto quem podia votar com mais consciência, parece viver só na sofreguidão de ganhos, sejam eles lícitos ou ilícitos.

Não é só Portugal que está nesta derrocada. Estão assim TODOS os países das Américas, USA incluído, onde só lucro e ganhos contam e o Outro só serve para servir os poderosos. E seguem-se os países da Europa Central e Ocidental.

No Brasil é flagrante a luta que o governo faz para manter quase metade da população de mão estendida a favores. Os pobres a esmola que irão depois agradecer votando na canalha e a maioria dos ricos, os espertalhaços que veneram a esquerda porque é dali que lhes vem o lucro monumental, enfronhando-se na corrupção, passiva ou ativa, ninguém quer ficar de fora sem comer uma parte deste país e do sangue do seu povo.

E os outros?

Vou contar o que disse Pio Baroja, um escritor espanhol (1872-1956) quando numa reunião em 1904 em que se discutia sobre as diversas classes de espanhóis:

“A verdade é que há sete classes de espanhóis.

São como os sete pecados capitais.

A saber:

1.- Os que não sabem

2.- Os que não querem saber

3.- Os que odeiam o saber

4.- Os que sofrem por não saber

5.- Os que aparentam que sabem

6.- Os que triunfam sem saber

7.- Os que vivem graças aos outros que não sabem.

Estes últimos se chamam a si mesmos políticos e, às vezes, intelectuais.”

E assim vai o mundo. Tal como o escritor espanhol definiu há quase 120 anos. E a piorar.

Sofrem os que na Pátria perderam ou estão a deixar que lhes destruam a sua cultura e dignidade e sofrem aqueles que acabaram por se sentirem sem Pátria.

Pátria, hoje, é lucro, poder, corrupção.

 

21/05/23