A
VIDA
A VIDA!
O que é a Vida? Quando começou? Qual a razão? Onde existem outras vidas?
Sabendo-se que um dia o Sol se apaga e toda a Vida na Terra acabará, porquê e
como se criou a Vida neste planeta? E por que não em outros, pelo menos que se
saiba?
Se nos basearmos na Bíblia, em qualquer altura escrita por homens que
nada sabiam da Vida, mas sentiam necessidade de criar uma história que
justificasse a sua presença e “supremacia” entre tudo, logo nos chocamos com
algumas incongruências.
A mais flagrante é a história de um Deus, que fez um boneco de barro e
depois que lhe soprou o boneco se fez homem, com vida.
Mas como foi que, antes disso, Deus havia dado vida às plantas, aos
animais terrestres, aos peixes, etc.? Também lhes soprou? Ou para essa “vida”
tenha usado um truque mais complexo que os escritores bíblicos não conseguiram
explicar. Criou vida, e pronto!
Os teólogos e os crentes arranjam para tudo respostas simples, e a
maioria nem admite discussão. Respostas complicadas levam os “teólogos” a
procurar argumentos cada vez mais fantasiosos. As simples, como por exemplo
“foi assim”, deixam as pessoas mais confortáveis, sem terem que contestar, a
maioria das vezes com medo de pensar.
O cosmos, imenso, sem princípio nem fim (?) não consegue dar-nos uma
qualquer noção de tempo ou grandeza, menos ainda explicar-nos o “porquê”, o
“como”, a “razão” da vida.
Aos humanos foi dada a faculdade de pensar, meditar (não todos!) e pouco
mais concluímos que a vida tem a duração de um “flash”, um relâmpago, que assim
que acende já se está a apagar! E no mesmo instante solta um tremendo dum estrondo,
o tal trovão, como a vangloriar-se da proeza que acabou de praticar.
Nós, os humanos, que pensamos, filosofamos, não chegamos a qualquer
conclusão, menos a mais óbvia: entendermo-nos!
E, como todo o ser vivo que nasce, cresce, vive e morre, nós vivemos
assistindo a esse remanejar. Ao nascer somos acarinhados, criamos um vínculo
que de tão doce chega a magoar-nos, e estamos inseridos num família. Crescemos,
criamos novas amizades, algumas tão fortes que parecem ter raízes naquele barro
do Adão, mas estamos permanentemente sob choques emocionais ao ver desaparecer
a família, para cima e para baixo, e os amigos, e é cruel a vida para os que se
demoram um pouco mais, porque são os que mais sofrem com as perdas de todos
aqueles que, na realidade, eram a sua vida.
Aqui onde vivo, na periferia da grande cidade, a 100 metros de altitude,
rodeado de mata e bastante da exuberância tropical, a vida fervilha à nossa
volta. Vegetação, mamíferos, aves, insetos, repteis, todos correndo para
aproveitar o pouco tempo que lhes foi concedido.
Há dias agonizada na área externa da casa uma abelha, grande. Não tinha
ainda morrido, mas mal se mexia. Certamente havia cumprido o seus destino,
procriar e colaborar na fertilização de plantas, e agora ali estava, imóvel,
esperando o último momento, e esse pequeno espetáculo fez-me impressão. Fiquei
a pensar na Vida, como é curta, que me levou a tentar filosofar sobre a
finalidade de tudo isto.
Um constante renovar, uma lentíssima evolução, sobretudo da espécie
humana, na materialidade e espiritualidade do que nos envolve.
Não sou ateu, nem para isso caminho, tanto mais que nem saberia definir
o que será ateísmo, por muito que tente recorrer a dicionários, nem sou um
crente religioso, apesar de já me ter dedicado, com bastante entusiasmo à
Mensagem “Eu sou o Caminho, a Verdade, e a Vida”!, que hoje não
vejo como uma mensagem religiosa, mas com a singeleza, e a imensa dificuldade,
que SÓ estas poucas palavras encerram.
Trilhar o Caminho que cada um deve escolher para ser correto, só pode
assentar na Verdade; não podemos permitir que uma mão se contente com o que
outra faça de bem ou mal, muito menos que uma delas procure esconder que a
outra eventualmente viva na ignomínia, na mentira.
Sem Verdade, não pode haver Vida. A Mensagem, vem-nos dizer com toda a
clareza que Vida, assente na Verdade, é o encontro com a Paz e a Felicidade.
Os homens (e as mulheres!) é tudo quanto devem almejar nas suas vidas: a
Felicidade.
E ninguém pode ser feliz ao comprar um iate de vários milhões de dólares
e ao mesmo tempo ver na Tv, a miséria a fome e doença espalhadas pelos países
do chamado terceiro mundo. E depois dar uns quantos milhares, que nada lhes
custa, para uma obra social. É o caso de uma mão a tentar esconder a vergonha
da outra.
Pouca gente pensa, mas em poucas palavras a Vida não é mais do um mísero
lapso de tempo entre duas eternidades.
Ago/2021