Meus amigos
“Na Natureza, nada se cria, nada se
perde,
tudo se transforma”
Partindo
de um pressuposto que dos 8 bilhões de habitantes desta Geia, 20% será se
jovens até aos 14 anos, que ainda pouco ou nada sabem e uns 10% de idosos que
devem já ter esquecido até o próprio nome, sobram SÓ entre 5 a 6 bilhões de pessoas que deviam ter obrigação
de não só saberem bem este princípio, imutável, sobre a natureza, e tê-lo
sempre presente do seu cérebro e atuações, como até, por educação e respeito se
lembrarem de quem o pronunciou ou definiu.
Alguns
que, como eu, vão chegando ao fim do tempo que lhes foi concedido para viverem
neste planeta, e começam a baralhar as ideias e a esquecer muito do que
aprenderam, lá bem no fundo ainda não esqueceram que foi o senhor Antoine
Lavoisier, que fez, tão profunda e simples afirmação..
Génio
químico, físico, biólogo, matemático, advogado, etc., uma cabeça rara, foi
guilhotinado pelo Terror da Revolução Francesa, quando tinha só 51 anos, e
muito, muito, ainda para nos legar.
No dia
posterior desse julgamento, Joseph-Louis Lagrange, um importante
matemático, contemporâneo de Lavoisier disse:
“Não bastará um século para produzir uma cabeça igual à que se fez
cair num segundo.”
E eu
ponho-me a pensar, com é fácil para quem assume o poder sobre a vida dos
outros, de as destruir a sua bel-prazer, e procuro, dando uma rápida passagem
pela história de casos semelhantes em que um “chefe” que se apropria do governo,
do comando de um ou mais povos, os dizima, parecendo até estar a fazê-lo por
desporto, por diversão.
Apesar de
não ser o pior deles, vem-me logo à cabeça o tão “deificado” Che Gevara que,
quando ministro em Cuba, saía de manhã do seu gabinete para ir despejar o
revolver nas cabeças de uns quantos prisioneiros.
Puro
diversão ou raiva contida? Doente, hoje cultuado com um exemplo!
E tantos e
tantos “chefes” que mataram milhões, desde os tempos mais antigos, assistindo de
palanque aos morticínios, como por exemplo nos “Autos de Fé” da Inquisição,
quando se matavam os vivos, chamando-lhes “relaxados na carne” e àqueles que já
tinham morrido ou estavam longe os “relaxados em estátua”.
É evidente
que já no “nosso” tempo não podemos esquecer Stalin, Pal Pott, Tsé Dong,
Leopoldo II da Bélgica, Hitler, Matsui Iwane (massacre de Nanjing), os King
Kong da Coreia, Kadafi, Mussolini (responsável por mais de 1 milhão de mortes),
o massacre na Namíbia, a “interminável e desportiva” caça aos índios na América
do Norte, e enfim, centenas ou milhares deles, é um tema inesgotável.
E no Brasil? No Brasil mata-se mais devagar e de maneiras diversas.
Os maiores matadores são os grupos armados, ligados ao governo e ao tráfico de
tudo quanto se pode traficar – droga, armas, gente, órgãos humanos, crianças,
madeira nobre, animais exóticos e outras coisicas – a polícia, muitas vezes com
pouco cultura e fraco comando também se lembra de puxar o gatilho, alguns
maridos matam as mulheres ou parceiras porque... lhes apetece, e na política
tem muita coisa em que se não fala, porque o “chefe” manda fazer segredo sobre
o assunto.
O
Hitler dizia que não queria saber o que faziam aos judeus ou ciganos, não era
póbrema dele, aqui o “chefe” não sabe nada, não ouviu nada, nem vê nada, mas
alguns opositores foram assassinados, os assassinos encontrados, julgados e
libertados,
Agora,
há dias, 8 de Janeiro, o povo que não engoliu a nomeação do “chefe” – porque as
urnas foram manipuladas, quiseram fazer uma manifestação em Brasília. Ingénuos,
foram para lá com a família, filhos pequenos e avós, clamar junto daqueles em
quem o povo pensava que se podia apoiar e que covardemente os traiu a todos.
As
Forças Armadas que tinham conseguido recuperar a admiração e o respeito da
opinião pública, desenganou-se, sentiu-se traída e assistiu aos “comandante
chefes”, praticamente todos a irem beijar a mão do condenado chefe que um
tribunal corrupto colocou na chefia desta país.
Hoje
só se vêm manifestações de insulto aos militares. É pena.
O
“chefe” que soube do que se ia passar mandou que se retirasse a polícia de
guarda aos edifícios do Congresso e do STF, infiltrou o grupo de ingénuos com
centenas de bandidos do PT que fizeram aquela baderna e mandou que se chamasse
a esse movimento “o terrorismo bolsonarista”.
Esqueceram
de retirar todas as câmeras que registram a baderna, e lá se vê bem quem foi
para destruir e desmoralizar.
O
“chefe” tenta impedir uma CPI sobre o assunto e deu ordem para que nem uma só
imagem fosse tornada pública. O assunto passou a ser, OFICIALMENTE, secretíssimo.
Stalin,
Hitler ou outro semelhante não fariam melhor.
Este
“chefe” que afirma que o seu objetivo primário é fu... o Moro – o juiz que o
condenou – que autoriza as permanentes invasões de fazendas agrícolas, uma
delas por diversas vezes já invadida, fazenda de eucaliptos para celulose
porque os invasores dizem que eucalipto não serve para comer! Muito instruídos.
Esquecem, por ignorância, que a celulose, entre outras coisas serve para fazer
papel sendo uma das variedades aquela que eles usam para limpar o ... chamado
higiénicu. Como já têm a mente suja, o traseiro pode ficar também por limpar.
O
que é que o Lavoisier tem a ver com isto que por aqui se passa?
O
“chefe” nada cria; destrói, barragens,
estradas e, como fez Stalin quando sequestrou a produção da alimentos na
Ucrânia e Casaquistão, que levou a uns 10.000.000 de mortos à fome.
Nada perde, porque nas compras do governo e autarquias entre 20 a
50% do valor superfaturado vai para os seus bolsos e do seu movimento, estes
sim, terrorista.
E tudo transforma: o mais rico
país do Mundo será levado ao desastre e à falência para depois ser dividido
pelos amigos.
Coitado
do Lavoisier, homem brilhante, assassinado aos 51 anos!
O
Brasil também está na sua puberdade.
Depois
de três séculos de colônia mal barata e espoliada, tem só dois séculos de
ladroagem.
Quanto
falta para ser um país, mais ou menos, decente?
No
mínimo mais outro século quando estiver dividido em republiquetas.
Vantagem
minha que já aqui não estarei. E se “Lá de Cima” conseguir ver alguma coisa,
vou virar a cara para o lado.
24/03/23
Vou
aproveitar e transcrever uma entrevista do mais forte chefe do que chamam
bandidos.
É,
infelizmente, um retrato muito real do Brasil, apesar de não ter sido uma
entrevista mas um texto do grande jornalista Arnaldo Jabor, que faleceu há um
ano.
Leiam
e depois chorem.
Assustadora mas
imperdível a “entrevista com o líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o
Marcola”. Que estamos todos no inferno, já é sabido. O que todos sabemos é que
a curto prazo, talvez um século, não há solução, pois ninguém as o que fazer,
nem quer.
O que tem de gente “graúda”
metida pelo meio e que defende este “status quo” é impressionante.
O GLOBO: Você é do PCC?
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos.
Eu era pobre e invisível… vocês nunca me olharam durante décadas… E antigamente
era mole resolver o problema da miséria… O diagnóstico era óbvio: migração
rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias… A solução é que
nunca vinha… Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba
para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas
românticas sobre a “beleza dos morros ao amanhecer”, essas coisas… Agora,
estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo… Nós
somos o início tardio de vossa consciência social… Viu? Sou culto… Leio Dante
na prisão…
O GLOBO: – Mas… a solução seria… - Solução?
- Não há mais solução, cara… A própria idéia de
“solução” já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de
helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com
muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto
nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na
educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma
“tirania esclarecida”, que pulasse por cima da paralisia burocrática secular,
que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287
sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC…) e do Judiciário, que
impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país,
teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais
e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios…). E tudo isso
custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na
estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução.
O GLOBO: – Você não têm medo de morrer?
- Vocês é
que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e
me matar… mas eu posso mandar matar vocês lá fora…. Nós somos homens-bomba. Na
favela tem cem mil homens-bomba… Estamos no centro do Insolúvel, mesmo… Vocês
no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já
somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte
para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração… A morte para nós
é o presunto diário, desovado numa vala… Vocês intelectuais não falavam em luta
de classes, em “seja marginal, seja herói”? Pois é: chegamos, somos nós! Ha,
ha… Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu
leio, li 3.000 livros e leio Dante… mas meus soldados todos são estranhas
anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou
infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na
lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um
monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova
linguagem.Vocês não ouvem as gravações feitas “com autorização da Justiça”? Pois
é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A
pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia,
satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com
megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um
grande erro sujo.
O GLOBO: – O que mudou nas periferias? - Grana. A
gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não
manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório… Qual a polícia que
vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica.
Se funcionário vacila, é despedido e jogado no “microondas”… ha, ha… Vocês são
o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de
gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês,
em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem
armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa.
Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos
transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos
ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados.
Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos
globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem
assim que passa o surto de violência.
O GLOBO: – Mas o que devemos fazer?
- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os
barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do
Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército?
Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas… O país está
quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano.
É assim o “país do
futuro”, futuro que não chegará NUNCA.
Nem Stefan Zweig, nem
Padre António Vieira nem Agostinho da Silva, sonharam que se pudesse deixar chegar o
país ao estado em que chegou.
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