quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



O PIB, a Inflação
 
e alguns bilhões



Estou a começar a convencer-me de que temos, no Brasil, o melhor governo do mundo! Voltàmos à época, de onde aliás nunca saimos, do “rouba mas faz”, só que agora o lema é outro: “rouba, não faz, mas também não atrapalha –muito- os que querem fazer”!
Recorda-me um jogo do tempo em que eu era menino (bota anos nisso...): jogava-se com feijões e uma espécie de pião com quatro faces, onde estava escrito “Rapa – Deixa – Tira – Põe”. Todos começavam por pôr um feijão na mesa e jogava-se. Se saía “Rapa” o felizardo ficava com todos os feijões da mesa, e os parceiros tinham que repor um feijão cada. No “Deixa” nem tirava nem punha. No “Tira” tirava um, e no “Põe” colocava um na mesa.
Aqui ainda se mantém esse jogo, de forma “um pouco” diferente: no “Rapa” o excelentíssimo, rapa tudo quanto pode, no “Deixa”, deixa ficar como está, i.é, no próprio bolso, no “Tira”, tira ainda mais o que puder, e no “Põe”... põe num paraíso fiscal.
Enfim.
O ano passado a madama dona presidenta, na sua fobia por reduzir custos, gastou somente, sem licitação, teoricamente obrigatória, a módica quantia de 17,5 bilhões! Uns trocados equivalentes a dez bilhões de dólares. Pulso forte é isso aí.
Entretanto no departamento de estradas federais, do ministério dos transportes, durante o mesmo período, sumiram, sumiram, somente R$ 680.000.000 – seiscentos e oitenta milhões – que não serviram para tapar buracos das estradas mas para... para que? Toda a gente sabe – polícia, governo, congresso, tribunais, etc. – mas não vale a pena procurar por essa grana. Sumiu e está o assunto encerrado.
Como é evidente as estradas estão bastante caóticas.
O ministério da justiça (???) decidiu comprar um monte de cameras de circuito interno para controle nas prisões. E como o pessoal do ministério é esperto, brasileiro que sempre consegue “dar um jeitinho”, comprou as cameras mais baratas. No Paraguai. Dali entraram no país de contrabando, “contabando legítimo” como dizia Odorico Paraguassu (o saudoso Paulo Gracindo), prefeito de Sucupira quando interpretava a novela “Bem Amado”! (Isto, sim, uma maravilha!)
Como as cameras, além de serem de segunda ou quinta qualidade, não tinham assistência técnica no Brasil, hoje... nem uma só funciona mais! Nem umazinha! Descanso para quem estava de vigia!
Mas que foi uma economia formidável que o ministro fez, não há porque duvidar. (A propósito: o ministro não foi demitido! Para que? É tudo fruto da mesma...)
E como há juízes que chegam a receber, legalmente, até cento e cincoenta mil por mês...
Bom, apesar de tudo isto, e muito mais, o governo, consciente das suas responsabilidades faz curiosas habilidades:
- no tempo do tal sapo barbudo, o dito, insatisfeito com o crescimento do PIB, mandou (o chefe mandou!) que se reformulasse outro método de calcular o tal do PIB. E assim tipo “fada madrinha” o PIB que teria sido de 1% (ou menos, já nem recordo bem) passou para 3,5%.
M A R A V I L H A !!! Assim é que eu gosto. Contas são contas.
- agora... com a inflação a ultrapassar a meta pré estabelecida pelos crâneos tecnocratas, a solução seguirá os mesmo passos.
Por exemplo, em vez do chuchu, comida barata, popular, vão entrar os telefones celulares, que como se sabe qualquer dia estarão a ser oferecidos, grátis. E a inflação baixa.
Também se retirou um peixinho qualquer baratucho, mas bom, que todos consumiamos, e entra o salmão, porque, dizem os sábios, como o povo está a comer melhor, aumentou o consumo do salmão! (Vou sugerir que entre também o caviar... iraniano!)
E vai entrar o item automóveis. Não entra ouro porque está muito caro, mas talvez diamantes. E a inflação “vai baixar”!
Mas nós, os otários, que sempre temos que ir ao supermercado fazer compras – há que sobreviver – é que vemos que cada vez mais, com o mesmo dinheiro, se compra menos!
E com toda esta fantástica evolução continuam a viver cerca de onze milhões de brasileiros com índice de pobreza tal, que mal conseguem comer.
Mas não se preocupem. Nem tudo é tristeza, porque, além do Carnaval estar próximo, também tem notáveis candidatos à política. Verdadeiramente brilhantes:
- um radialista de IPU, um município do intériô do Ceará, chamado Demizão, apresenta no seu programa de candidato a vereador, “criar um albergue com psicólogos, para cuidar dos cornos da cidade.” Segundo o grande Demizão, Ipu está cheia de homens que sofrem quando as mulheres os corneiam!
E assim este continente, celeiro do mundo, cheio de riquezas naturais, segue viagem à ilharga do velho continente agonizante e dos snobs do Norte destas bandas, cumprindo a visão de Pedro Vaz da Caminha: “aqui, em se plantando TUDO dá!”
Até corno!

 
24/01/12

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

 
O Mundo em 2012

 
São mais de sete bilhões os habitantes deste planeta. Se, por milagre, grande milagre, no século passado, não tivessem ocorrido as dezenas de genocídios, ou guerras, que são a mesma coisa, mais a fome e as epidemias (quem as provocou?) teríamos entrado neste século com mais uns tresentos ou quatrocentos milhões! E juntando então os chacinados no século XIX...
Foi na URSS, na Alemanha, na China, no Congo, no Cambodja (no Cambodja, meu Deus!), Ruanda, Somália, Sudão, Angola, Sérvia, Arménia, Nigéria, Curdistão, Espanha, Cirenaica, África do Sul, ainda agora no Malawi, e na Nigéria onde queimaram umas centenas de cristãos, e em quase todos os cantos do mundo! Os USA, como em outros setores, ocupam o primeiro lugar, pelo número e forma como dizimaram mais de vinte milhões de nativos – “índio bom é índio morto” como afirmou o general Philip Sheridan, e continuaram no século XX com latinos e negros!
E na 1ª e 2ª guerras europeias e na Criméia, em todo o Oriente... etc., são milhões e milhões, e tantas gerações que não se multiplicaram.
A maioria foi abatida com menos piedade do que se abate um animal de carne. Cortados aos pedaços, enterrados vivos, queimados em fogueiras, torturados, abandonados à fome, vítimas de desastres naturais, intoxicados com gazes, sob a administração e/o comando de loucos, desvairados, mas espanta ainda mais como conseguiram tantos seguidores com o mesmo frenesi de morte!
O Brasil que tanto apregoa ser um país onde não há guerras, nem ódios, nem loucos assim desvairados, onde reina o futebol e o Carnaval, hoje adulado mundo afora face à crise do hemisfério norte (que outros ladrões assassinos criaram, e continuam a explorar), merece uma observação atenta, para não enganar os incautos que julgam que o paraíso é já aqui!
Não é!
E pobres dos mais quatro ou cinco mil haitianos, fugidos de Haiti, vigarisados por engajadores a quem pagaram, cada um, mais de US$ 2.600, para chegaram a esta “terra de maravilhas”, estão acampados em Roraima, à espera de poderem entrar no Brasil, arranjar casa de graça e emprego por R$ 4.000, por mês!!!
Enfim...
Desde há alguns anos que se sabe que inúmeras povoações foram criadas, e construidas, em locais de alto risco de inundação e deslizamentos, porque ninguém, note-se, ninguém, se preocupou em traçar planos de urbanismo sérios, e assim abandonaram para locais perigosos os mais pobres.
E vieram as chuvas, as inundações, a destruição, centenas de mortes e... o governo levou tempo para consignar verbas especiais para socorro às vítimas. Muitas localidades ficaram isoladas, estradas e pontes destruidas e, ainda no governo do “sapo barbudo” o governo afirmou que iriam ser construidas ou reconstruidas 75 –setenta e cinco – pontes.
Voltaram as chuvas este ano, que é a época delas! Mais inundações, mais deslizamentos, mais estradas destruidas e, pior do que tudo isso, mais vítimas fatais.
Das 75 pontes... até hoje foi construida só UMA!

E prometeu ainda que seriam construidas 5.000 casas para os desabrigados que tudo perderam. Até já a esperança dessa casa perderam! Nem UMA única, até hoje foi construida.
Das verbas para ajuda aos que tudo perderam, talvez 20% tenha chegado onde devia.
E vai continuar a chover e morrer gente!
Entretanto é mais do que sabido que o ensino público, regra geral, é pior que... bosta! O governo “pensa” agora aumentar o salário dos professores para a enormidade de R$ 1.450, algo como € 615, (um deputado custa ao contibuinte mais de 30 milhões de reais por ano, e um juiz, se for do Supremo, com todas as regalias....). 
E há já governos, estaduais e municipais, a considerarem esse aumento incompatível! Dizem que não vão ter dinheiro para lhes pagar! Esses soberanos administradores devem calcular que os professores estarão já MUITO bem pagos!
Mas ontem, por exemplo, uma querida e amantissima esposa de um governador de Estado, foi intimada pela justiça a repor mais de um milhão de reais... distraidamente surripiados da res publica!
A vida no Brasil está cara! A madama deve ter sentido no bolso, coitada!
Alguns itens de alimentação podem considerar-se baratos, mas quando se entra, por exemplo no campo dos automóveis (todos sabemos que pobre não tem carro, mas gostaria de ter) o preço aqui é em média duas vezes o que custa nos EUA, 50% mais do que no México, sendo aqui fabricado, e nos eletrónicos...
Brasil o país da paz, do sol de Ipanema, do futebol, caipirinha e carnaval!
Na maior paz também fabrica armamento que exporta! Por exemplo, granadas de dispersão de manifestantes. Só que, em vez de os dispersar, mata-os.
Enganaram-se na fórmula.
Não há-de ser nada. Deus é brasileiro!

12/01/2012







segunda-feira, 9 de janeiro de 2012



O TEMPO

Bem ou mal empregue!


 
Acaba o ano, começa o ano, acaba o ano, começa... e quando pensávamos, em crianças, que os anos levariam um monte de tempo – horrível – a passar, hoje percebemos, há muito tempo aliás, que o tempo não conta, e quando damos por isso “voou”, ou “voaram” já uma imensidão deles!
No meu caso passaram até mais de 700.000 horas! E às vezes reclamamos quando temos que esperar 20 ou 30 minutos por alguém, ou pelo transporte, ou até por uma refeição pedida no restaurante. Meia hora hoje não representa mais do que 0,00007% do tempo que já vivi!
E pensarmos em gente que, determinada a atingir os seus objetivos, em ajuda aos mais desfavorecidos, enfrentam por vezes longas horas, dias, anos e anos sofrendo maus tratos, quando não a morte, sem uma queixa, dando exemplo de humanidade. Que beleza.
Lembro a história de uma mulher, que nasceu em 1902 no seio de uma família de trabalhadores, em criança considerada de baixo nível intelectual e insuficiente aproveitamento escolar, baixinha, sem belezas externas, que começou a sua vida como empregada num loja lá no interior de Inglaterra e depois criada de servir.
Um dia, na igreja, ouviu o pastor falar da fome e miséria que assolavam a esmagadora maioria do povo chinês.
E logo se decidiu partir para esse tão longínquo quanto estranho e enigmático país, como missionária. Fez um rápido curso de missionação, findo o qual os/as professoras concluiram que ela não tinha capacidade para... quase nada. E não a deixaram ir.
Este golpe não a impediu de prosseguir com a sua idéia e vocação. Numa agência de viagens informaram-na que a passagem para a China, de barco custaria £ 90, e de trem, atravessando a Rússia, parte da Sibéria, grande parte da Manchuria e norte da China, £ 47,50. As suas economias eram de ... £ 2 e 10 shillings!!!!
Falaram-lhe sobre uma missionária escocessa de setenta e três anos, lá, perdida, sózinha, que necessitaria de ajuda, a quem escreveu. Tempos depois recebe a resposta lacónica que dizia que se ela quisesse se apresentasse em ...
Foi trabalhar de criada de servir, e em todas as folgas conseguia uns trabalhos extras. Não gastou um cêntimo consigo, além de poucas roupas quentes para atravessar a Sibéria, um cobertor, uma chaleira e uma mala, até ter o dinheiro suficiente. Ao comprar a passagem o agente avisou-a de que possivelmente não poderia mais seguir no trem! Seria retida lá... nos confins da Rússia, porque começara a guerra com o Japão. Os japoneses estavam já na fronteira da Manchuria!
Nada disso a intimidou.
Três dias depois Gladys Aylward embarcava em Londres na Liverpool Street Station, levando no bolso pouco mais de duas libras “para eventuais depesas”, em traveler cheques! Na mala, a roupa, alguns bolos e outros poucos alimentos que ela mesma havia preparado para a viagem que deveria durar uma semana. Durou 28 dias! Atravessou toda a Rússia, teve problemas com as tropas de cada lado, ninguém falava a sua língua, chegando a pensar que seria espiã! Finalmente de Vladivostok passou ao Japão, daqui à China e depois de um pequeno trecho de trem, uns duzentos quilometros em cima de mula até ao destino, em Yang Cheng.


Não tardou que a velhota missionária morresse e ela ali ficou sozinha. Mas tanto trabalhou e se identificou com os pobres – aquela era uma região paupérrima – que passou a ter o respeito de todos. Inclusivé do mandarim.
Chegou a invasão japonesa, dizimando, destruindo e violentando tudo e todos, e Gladys teve que se esconder nas montanhas com umas dezenas de crianças e alguns convertidos já, sobretudo ex presidiários, assassinos, ladrões, etc., que a seguiam agora como bons discípulos. Conseguiu sobreviver passando fome e frio. Adoeceu e não se queixou. E levou os seus protegidos numa marcha incrível, através das montanhas, mais de mil quilómetros, onde passaram sem comer dias seguidos.
Finalmente conseguiu salvá-los. Pouco depois os japoneses foram vencidos e começou o terror comunista, e com ele nova chacina e caça a missionários, mandarins, estranjeiros, que Gladys daixara de ser porque havia obtido a nacionalidade chinesa. Gladys, fraca aguentou ainda alguns anos até que foi posta fora do país. Religião, para Mao...
Voltou a Londres, mas por pouco tempo. Não tardou a regressar, desta vez a Taiuan, para continuar a cuidar de crianças, leprosos e prisioneiros.
Aos sessenta e sete anos o seu corpo descansou e a sua alma seguiu o caminho dos santos.
Um espanto o que uma mulher da mais simples condição consegue fazer... QUANDO QUER.
Para ela, certamente, os anos passaram demasiado depressa, porque ainda ficou uma eternidade de desfavorecidos à espera dessas almas que se incorporam num corpo humano, e nos levam a acreditar que algo continua a poder ser feito.
É dificil acreditar nos homens. Mas exemplos destes renovam um pouco de esperança em cada um!
Quem quiser, e souber ler inglês (não sei se tem tradução portuguesa), sugiro que leiam “Gladys Aylward – The Little Woman” (pela Internet, na http://www.amazon.co.uk/, por desde o simbólico valor de £ 0,01 + frete). E ainda podem ver o filme, com a Ingrid Bergman – de 1958; a diferença é ser a Ingrid um mulher linda, e não baixinha! (The Inn of the Sixth Happiness), que dá uma idéia... pálida, da luta e trabalhos de Gladys.
Se fosse católica seria já uma santa. Na igreja anglicana... não sei.
E estamos nós a contar os minutos para... para que? Para ver passar o tempo?

08/01/2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

 

Portugal - Revolução à vista

 
Estou a concluir que a idade me deixa cada vez mais masoquista! Leio todas as manhãs o principal jornal do Rio, sobretudo a política a economia (as fofocas e as palavras cruzadas! porque não?), ouço vários noticiários de vários países – Brasil, França, EUA, Portugal, África e mais outros – consulto jornais de outras bandas pela Internet e, de toda esta catadupa de informações concluo, muito ingénua e estupidamente, que o mundo vai de mal a pior. Piorissimo.
Depois dou comigo a congeminar: se todos os países do mundo que estão em pré falência, devendo, uns centenas de bilhões, outros muitos trilhões, o que tudo somado – seria outro exercício masoquista estar a pesquisar isso – deve somar, certamente mais de milhares de trilhões de dólares – em boa semântica, quatrilhões! - de repente, com a varinha mágica da boa fada madrinha, pagassem, num repentemente, essa dinheirama toda:

- quem receberia tudo isso?
- para onde iria todo esse tsunami dinheiral?

O curioso é saber-se que as bolsas de todo o mundo, só este ano “perderam” seis trilhões e meio de dólares! Para onde foi essa grana?
Está a parecer que somadas as dívidas dos países encalacrados, ou em vias disso, são capazes de ultrapassar a soma de todos os seus PIBs.
Moral da história: jamais se pagarão essas dívidas, o que aliás aos especuladores não interessa de jeito maneira, porque deixariam de mamar nos juros, e assim os países em dificuldades NÃO vão sair desta sem um atitude mucho macha e fazer como a Irlanda: NÃO PAGAMOS po*&@ nenhuma. E pronto.
Voltaria tudo ao zero, a bomba atômica ficava só para os que não cumprissem seus orçamentos – o mais dificil seria escolher o indivíduo para apertar o botão! - ou cortar a cabeça de quem não enquadrasse as suas despesas, e o mundo virava um paraíso, há milhões de anos prometido e jamais alcançado!
Estas são as congeminações de um ignorante, aposentado, sem nada mais o que fazer a não ser pensar um pouco e ingenuamente, mas... não me surpreenderia se, daqui a algum tempo, com a minha carcassa já transformada em cinzas e pó – de onde vim – isto mesmo viesse a contecer. Não é impossível.
É só preciso mandar a política, aliás os políticos, todos, para o lixo e ter os col$#@* bem pretos e, na cara dura, dizer aos credores: NÃO PAGAMENTOS NEM MAIS UM CHAVO! Boas Festas.
Nos entrementes, volta e meia, com demasiada frequencia, vão aparecendo uns super crâneos a ser entrevistados, e de cima do seu pedestal de basófia e atrevimento, dão palpites, fazem sujestões, criticam, mas são incapazes de apresentar soluções viáveis.
Há poucos dias, na TV portuguesa, vi, refestelado numa poltrona, ar de único esperto, capitão de araque metido a general, bandido assumido, chefe de gangue assassina, destruidor de tudo em que meteu a mão, e bala, fazer uma brilhante previsão para o futuro, breve, de Portugal: outra revolução! Não de cravos que essa... já era, e levou o descalabro às finanças. Esta possivelmente se chamaria de Revolução das Orquídeas! Lindo, né?
Flores para a revolução !
Fiquei animadissimo com a idéia, que considero genial, porque, face ao elevado índice de desemprego no país, assim se resolveria o problema, alistando, obrigatóriamente, todos os desempregados, nas forças armadas.
E tão bem pensada seria esta revolução que no dia em que alistassem todo o mundo – e lhes pagassem – no mesmo instante acabava a dita revolução, porque todos passavam a ter um dinheirinho no bolso, comida de graça na caserna, fardamento gratuito, incluindo soutiens, cuecas, botas e bonés, e até alojamento. Maravilha.
Soluções quase shakespereanas! Só que em Shakespeare o Otelo, general valente, considerado, nobre, acaba por se matar, triste com a morte da sua Desdemona!
E o pior é que o grande revolucionário português, o tal general e capitão de araque, jamais se mataria a si próprio mas aproveitaria a ocasião para mais vinganças, em que é especialista, e matar outros quantos dos seus compatriotas. À la Mubarak, ou Bashar al-Assad, ou... aqueles “gente fina” do Yemen, Sudão, Nigéria, Congo, e mesmo os americanos na primeira metade do século XX com os negros e mexicas, etc.
Como é que a SIC ainda tem o descaramento de ir entrevistar um assassino, apresentando-o como um “expert” em política, sobretudo economica, o cara sentadão numa bela poltrona, ar de velho inútil e ignorante, prevendo e quase anunciando uma revolução que adoraria liderar?
Deve estar a sonhar com outro COPCOM, ou com ladrões, o que é mais ou menos o mesmo.
Aaah! Portugal! Assim não! Tem gente – felizmente ainda, apesar de pouca – capaz de apresentar soluções para aliviar o sofrimento do país, sem querer alcandorar-se a cargos milionários.
Não têm milagres na manga, nem a tal varinha mágica, ninguém tem, mas não há dúvidas que deviam ser ouvidos, com respeito, e analisadas com isenção política as suas idéias e propostas.
Não é o governo que está em jogo. É o futuro – e o presente – de todos. Nesse caso não nos devemos limitar às “doutas e catedráticas” pseudo soluções apresentadas por políticos, normalmente ineptos e vaidosos.
Nada de entrevistar pseudo miltares ou criminosos, nem economistas metidos a “supônhamos”, professores que desconhecem a realidade do simples deve/haver (quando há!) - e se baseiam em teóricas teorias nascidas há um, dois ou mais séculos, como as adamsmithiistas, keynesistas, marxistas e pior ainda as wallstreetistas ou londoncytiistas, ou ainda as brettonwoodistas!
Ouvir os práticos, calejados, profissionais honestos. Posso até sugerir o nome de alguns. E até eu mesmo, que sei, desde que recebi pela primeira vez do meu Pai uma linda moeda de vintecincostões, que esse era o meu orçamento e mais... não podia gastar!
E assim me despeço do Ano Velho, para entrar no próximo... ainda mais velho!
Quem sabe os Maias resolverão todos os problemas?

 
31/12/2011