NO PAÍS
DO FAZ-DE-CONTA
Não há
dúvida.
Com
sete filhos, em 1975 ficar em Angola ou Moçambique estava completamente fora de
causa.
Como
já tinha estado no Brasil logo descartei esta hipótese tendo mesmo dito que
para o Brasil só iria arrastado!
Meti-me
a caminho do Mundo à procura de pouso para a numerosa família.
Portugal,
desemprego em alta, aversão aos “retornados”; estava podre. (e continua
bastante).
Fui
a Bruxelas onde era muito considerado por uma grande firma de rações para
animais, mas... a firma tinha sido vendida e fechada!
Dali,
Canadá. Duas magníficas ofertas de trabalho. Mas precisava primeiro do visto de
residente, que o secretário da Embaixada do Canadá em Portugal, que visitei
antes de me meter a caminho, me havia dito que, com o meu curriculum, o visto era
garantido. Pedi logo para mo darem indicando as ofertas que me propuseram. A
resposta chegou “logo” ... seis meses depois! Perdi as hipóteses do Canadá,
altamente prometedoras.
Ainda
passei na Venezuela, mas... aquilo era uma bagunça. Ainda é. Até está pior.
Tinha
um grande convite para me juntar a um dos maiores amigos, ex-sócio em Portugal
quando ainda solteiros; estava na Austrália, bem de finanças e oferecia-me
metade do que tinha como eu lhe oferecera quando sai de Portugal toda a minha
participação numa sociedade verbal, que funcionava muito bem e nos dava com
regularidade um acréscimo às magras finanças.
Decidi
meter-me a caminho de Melbourne, num voo que parava no Rio de Janeiro, Santiago
do Chile, Ilha de Páscoa, etc. Pelo caminho fui-lhe telefonando, mas ninguém
respondia. Não podia desembarcar em Melbourne sem ele lá estar!
Fui
ficando no Rio até o conseguir apanhar, mas ele tinha-se dado três meses de
férias com uma jovem esposa – a terceira – e cheguei a pensar até que teria
morrido.
Resultado:
fiquei mesmo no Brasil que eu tanto não queria. Há quase meio século nesta
bagunça!
Apresentei
o meu curriculum – farto e forte – a duas empresas especializadas em gestores. Grandes
elogios, com este curriculum vai ser fácil, em breve lhe telefonaremos, etc. Até
hoje ainda não telefonaram...
Tive
que me virar sozinho, passei o que o demo amassou, engoli e sobrevivemos. Até
cadeiras, com a minha mulher, estofámos várias centenas, que depois eu ia
entregar aos clientes!
Não
mudou o país, e tem situações de um caricato, absurdo, que é por exemplo, o
preço dos medicamentos.
Tanto
eu como a minha mulher temos medicação ad
vitam, de modo que estou sempre a comprar, e ontem lá foi mais uma
quantidade.
Total
dos “preços oficiais” R$422,40 !!! Desconto $297,47 !!!!!! Final a pagar
$124,93 !!!!!!!!!!!
Jamais alguém poderia pensar que haveria em farmácias descontos de 71%. Chamam
a isto desconto, quando é o preço real.
Mas
o “gado”, i.é o povo, acha que lhe estão a fazer um favor e o Ministério da Saúde
não moraliza esta situação porque a força do lobby das indústrias farmacêuticas
junto do cão-gresso é tal que ninguém
se atreve a mexer nesta insanidade.
Como
também aquele outro absurdo, de que tanto tenho escrito, que é obrigar os
rótulos de tudo que é alimento ou bebida ter a indicação Não contém glúten !
A
culpa não é só do Peter (Laurence Peter – O Princípio de Peter) preenchendo
lugares de responsabilidade nos governos com semi analfabetos, é sobretudo o
aparelhamento governamental com apaniguados e dependentes políticos onde se
incluem esposas/os, namoradas/os, amantes, sobrinhos/as, parentes, o que a
grande maioria da população almeja: um cargo público.
Emprego
eterno, não pode ser despedido, não faz quase nada, complica e estraga o que
lhe passa nas mãos e o país só cresce porque além das suas potencialidades
naturais sempre aparecem empreendedores capazes.
É
evidente que há funcionários públicos capacitados, mas não podem criticar
gestos de colegas. Convivem, fazem o que podem, e o resto... entregam a Nossa
Senhora Aparecida, que tem mais o que fazer do que corrigir os analfabetos e
prioritariamente os corruptos. Não é esse o papel da Senhora.
Creio
que nem o Peter Pan gostaria de aqui viver.
E
ainda falta referir que as universidades são, há já uns quantos anos, o berço
da lavagem política de cérebros. Grande quantidade dos que por lá passam
continuam a achar que o sapo-barbudo é ótimo, e que o socialismo-caviar é
melhor do que uma política centrada na ética, transparência, educação
verdadeira (como história sem heróis fingidos, nem renegando o passado), e
muita dedicação e atenção ao desenvolvimento social.
Pois
é, aqui todos riem e o narcotráfico, com apoio do governo e dos supremos tribunais,
domina a maioria das cidades, manda e desmanda e...
... é nós
os cidadãos comuns, de mãos atadas fingimos que o país tropical, à beira mar plantado, com todo o seu esplendor ,
que podia estar entre os três primeiros do mundo, é ... é o quê? Bonito? Isso
é, praias maravilhosas, povo carinhoso e trabalhador, mas os governos esquecem
que a
Fome no Brasil: em 5 anos, cresce em 3 milhões o
nº de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, diz IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Cerca de 10,3 milhões de brasileiros vivem em
lares nessa situação.
Percentual de domicílios com alimentação
satisfatória atinge patamar mínimo em 15 anos.
Além do aumento da população que passa fome no país, a pesquisa mostrou
também que:
·
O Brasil atingiu o menor patamar de pessoas com alimentação plena e
regular.
·
A fome é mais prevalente nas áreas rurais.
·
Quase metade dos famintos vive na Região Nordeste do país. (Onde o PT
sempre ganha)
·
Metade das crianças com até 5 anos tem restrição no acesso à alimentação
de qualidade.
·
Mais da metade dos domicílios onde há fome são chefiados por mulheres.
·
Quanto maior o número de moradores no domicílio, menor é o acesso à
alimentação plena.
·
Arroz pesa mais no orçamento de
famílias com insegurança alimentar, aponta IBGE
·
Brasileiros gastam mais com jogos e
apostas que com arroz, aponta IBGE (à espera do milagre da loteria que... só sai para o
PT).
Classificado pelo IBGE como segurança alimentar, o acesso pleno e regular aos alimentos
de qualidade - em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais - atingiu o menor patamar em 15 anos.
É isto o País do Faz-de-Conta:
finge que está tudo bem.
Para o presidente está: foi a Abu Dhabi, levou, além da esposa-amada e
metida a esperta, uma comitiva de quase 100 capangas. E ficou num hotel a US$
10.000 por noite, quando teria aposentos, grátis, off course, na Embaixada do
Brasil.
Ó Lula!!!
E a fome?????
- Kéké isso de fome? Eu até só bebo Romanée Conti e como a melhor carne
da JBS. Não sei o kéké isso de fome.
Tá certo,
ó condenado pela justiça, não absolvido. Ainda tens um ano para roubar.
Mas Faz-de-Conta que está tudo bem.
09/11/2024