quarta-feira, 30 de setembro de 2015




Reagan, os impostos e a falta de miolos


Em seu discurso de posse em 20 de janeiro de 1981, Ronald Reagan afirmou: "neste momento de crise, o governo não é a solução para os nossos problemas; o governo é o problema".
As políticas econômicas do presidente propuseram que o crescimento econômico iria ocorrer quando as taxas de imposto marginais fossem baixas o suficiente para estimular o investimento, que como resultado levaria a um aumento do crescimento econômico, aumento do emprego e dos salários.
É sabido que Reagan, que começou por ser um democrata logo passou para os Republicanos, e fez depois uma política de extrema direita, mas nunca esquecendo a frase básica em que responsabilizava o governo pela crise do país.
No Brasil essa frase veste como luva especial. Como diria o cefalópode, “nunca dantes neste país” o governo e asseclas, desgovernaram tanto, roubaram tanto e destruíram tanto!
Hoje lá na baixaria das “altas esferas” o que se discute, para uma redução do número de ministérios é qual partido fica mais ou menos beneficiado, porque a posse dum ministério é uma fonte renda monumental para o caixa 2.
E parece tão simples resolver o problema!
Simples, simples se... houvesse alguém, algum político, sem telhados de vidro, honesto e capaz. Mas mesmo procurando entre os milhares de “políticos” que sugam constantemente o país, não se vislumbra um, unzinho só, em quem se possa confiar e, ou, acreditar.
Estamos com os juros mais altos do mundo, como já escrevi, chegando a 500% o do cheque especial. Não existe planificação para coisa alguma, não se antevê saída da situação. A indústria reduziu a sua produção em mais de 7,5% no ano, a moeda desvalorizou 70% (bom para os exportadores, mas por fim, moeda de engano), a previsão do PIB, se para este ano é de 2,7 negativo, para 2016 as opiniões divergem, mas para continuar negativo.
Aumenta a inadimplência, caiu 20% a venda carros, o comércio encolheu já ninguém sabe quanto, mas todos os dias fecham lojas, os supermercados sentem a penúria dos consumidores, porque passaram a comprar géneros mais baratos, e muitas vezes em quantidades menores, e o total desgoverno insiste em aumentar impostos, negociar ministérios como se negociam sardinhas na lota dos pescadores, a madama faz discursos iguais a meninos mentecaptos e gagos, enfim um panorama apocalíptico.
Fazer o quê?
Se for capaz... e aqui reside o problema maior, de reduzir drasticamente as despesas públicas, sobretudo os custos sociais – o tal Bolsa Família que nada mais é do que o Bolsa Voto (salvo, naturalmente algumas exceções) – cortar as aposentadorias dos “meninos” que passam um mandato ou dois no congresso e ficam o resto da vida a mamar (como parece que Portugal acaba de fazer) – reduzir drasticamente os impostos – por exemplo os medicamentos que custam aqui até cinco vezes mais do que nos EUA, Argentina, Portugal e outros – vender todas as participações que a administração pública têm na atividade que devia ser privada, e que são cabides de empregos para os comparsas puxa-saco, reduzir os impostos, a SELIC, a taxa de juros básica do Banco do Brasil, se possível passasse a zero vírgula vinte e cinco, teria a vantagem de diminuir em 300 bilhões o custo anual da dívida do desgoverno, e ainda teria a de voltar a animar o comércio, porque com mais dinheiro nos bolsos do povo, o comércio anima toda a economia e com tudo isto o governo acaba por receber mais impostos. .
Simples, né?
Mas cadê o Super Homem para tomar essas decisões? Não há!
Resta-nos sonhar. Sonhar com o Salazar que arrumou a “Casa Portuguesa” em dois meses? Militares? Ninguém mais quer militares no comando, nem aqui nem internacionalmente. E era preciso encontrar um que fizesse o que era necessário (Por acaso eu conheço um, na reserva, jovem ainda, que quase de certeza seria capaz de arrumar a casa! Mas poucos o conhecem, e assim ninguém votaria nele!)
Não existem líderes. O único líder foi o sapo barbudo que liderou a legião de bandidos que assaltaram a máquina do Estado! Líderes para comandar o país... desconhecem-se, há é muitos que comandam gangues, movimentos de extrema esquerda, bagunceiros, destruidores, assassinos e quejandos.
E a Terra da Santa Cruz fica entregue às baratas à espera dum milagre.
 “Chorai com os que choram”, diz a Palavra de Deus. Haverá um tempo em que as pessoas enfrentarão dificuldades, situações que podem trazê-lhes aflição e lágrimas. O que fazer então? Devemos ter compaixão e compreensão, “chorar com os que choram.”

Para não desanimar muito, lembro aqui as palavras de Jane Addams, filósofa, feminista, pacifista e reformadora. EUA, 1860-1935:
“O que afinal tem mantido a passagem humana neste globo, apesar das calamidades da natureza e todas as trágicas falhas da humanidade, não é senão a fé em novas possibilidades e a coragem de as perseguir”.



29/09/2015

segunda-feira, 28 de setembro de 2015



Um elevador transformado em ferraduras



Da Revista OLISIPO de Outubro - 1943
O Diário Ilustrado, jornal da velha Lisboa, datado de 10 de Abril de 1896, entre muitas notícias, como uma “de um tal sr. Décio que dizia: “só os cretinos podem afrontar o génio poético do se, Guerra Junqueiro”, também relata largamente o lançamento da ponte do ascensor da Biblioteca, que teve lugar dois dias antes, obra da extinta Empresa Industrial Portuguesa dirigida então pelos eng. Baerleim, Lacombe e Rolim Júnior, na qual trabalhou Raul Mesnier de Ponsard e Stuart Mac-Nair, que é hoje missionário evangélico no Brasil, e onde também exerceram enorme acti­vidade três homens ainda de grande nomeada no círculo metalúrgico nacional: Lambert Dargent e os já falecidos Manuel Cardoso e Silvério Vieira que mais tarde uniram os esforços na firma Cardoso, Dargent & Cia., de que são atualmente sucessores José Marques Cardoso, Tomás de Azevedo e Silva, eng. Martinho, João Matos e Manuel Hipólito, sob a firma L. Dargent, Ltda.
A ponte do elevador, que há poucos anos ainda cruzava a Calçada de S. Francisco, tinha dezesseis metros e foi corrida, desde o jardim do Visconde de Coruche até à coluna do ascensor. «O hábil assentador, sr. António Silvério Vieira, - dizia o Diário Illustrado - com os seus operários a postos, podendo transmitir do cimo da torre, por meio de porta-voz, para os guinchos, as suas ordens, colocou à boca do porta-voz, ao cimo das torres, para maior confiança, o mestre Joaquim Silvério Ferreira, seu irmão, duplamente irmão pelo sangue e pelo merecimento”. Estava-se então em 8 de Abril de 1896.
O objectivo do Dr. Aires de Campos, animador da iniciativa e seu financiador, não teve o êxito de ordem material que se esperava. O elevador sempre deu pouco. Em 1915 foi doado à Câmara, que poucos anos decorridos, acabou com a exploração. Os portões do Largo de S. Julião e do da Biblioteca (ambos com o N.º 13) foram encerrados.


Calçada de São Francisco ainda sem os famosos elétricos “28

O óxido de ferro começou então, qual sarampelo, a atacar a coluna e a ponte do elevador, e, já quando o mal alastrava em demasia, a Câmara resolveu desmon­tá-las. Da primeira destas tentativas já fizemos referência no Diário de Notícias, de 14 de Outubro de 1937, ao relatar o convite feito pelo construtor José Maria Simões Júnior ao técnico montador António Silvério Vieira para dirigir a desmon­tagem. Era tarde demais. A avançada velhice já lhe tinha feito estragos tão grandes que a empresa era-lhe impossível. A Câmara Municipal pôs então o ascensor em praça em Dezembro de 1926, e a união de Sucatas, Lda, ou mais popularmente, o Nobre das Sucatas, rematara-o por cinco mil escudos, desmontagem de sua conta e com isenção de licenças camarárias. Na Imprensa, porém, houve quem se insurgisse contra o desaparecimento do elevador, pelo que a arrematação foi invalidada. Passados tempos, contudo, aa Câmara tornou a pô-lo em hasta pública e, como ninguém aparecesse para licitar, o ascensor foi a leilão pela terceira vez, tendo sido novamente arrematado pela União de Sucatas, Lda, mas, então, só por 1.209$00, ficando, todavia, pertença da C.M. L. a cadeira e o maquinismo.
Ainda não há muito vimos num dos armazéns do Nobre a lápida de bronze, com o brasão da cidade, que esteve afixada à entrada do elevador, desde que o antigo proprietário o doara à Câmara:



Um belo dia, porém, entrou na União das Sucatas um ferrador de Bucelas – o Artur Felisberto – que viu no ferro todos os requisitos para o poder transformar em ferraduras. Associou à compra um ferreiro da localidade, Manuel Maurício, hoje já falecido, e o velho ascensor da Biblioteca desceu então – desceu pela última vez – desceu ingloriamente à categoria de ferraduras das alimárias que calcorreiam os povoados dos vales pingues dos rios Trancão e Arranhó *.
* O rio Trancão nasce em Póvoa da Galega e entra no Tejo perto de Sacavém, e o Arranhó... devia ter existido entre Arruda dos Vinhos, Bucelas e Arranhó!

Vale a pena, a quem se interessar, ver o blog de onde se tiraram as seguintes informações complementares (http://historiaschistoria.blogspot.com.br);

Da autoria de Raoul Mesnier este elevador vertical, foi inaugurado em 12 de Janeiro de 1897, fazia a ligação do Largo de São Julião ao Largo da Biblioteca Pública. Também chamado popularmente de elevador de São Julião ou da Biblioteca, a sua estrutura viria a ser utilizada mais tarde para o elevador do Carmo. Constituído por duas torres verticais, nas quais funcionavam duas cabines coordenadas entre si que subiam na vertical, vencendo um desnível de 30 metros, funcionando por contrapeso de água. Cada cabine tinha capacidade para 25 pessoas e ascensorista a bordo para o comandar. Até ao primeiro pavimento, do qual saía um viaduto à altura de 20 metros sobre a Calçada de São Francisco até à propriedade do visconde de Coruche, terminando no Largo da Biblioteca. Pertencendo à então fundada Empresa do Elevador do Município à Biblioteca. Este elevador foi fabricado por operários portugueses e a sua armação foi conduzida por António Silvério. No seu todo o elevador erguia-se a uma altura de 40 metros. Foi edificado num pátio no Largo de São Julião, no prédio do senhor José Street. O acesso ao pátio fazia-se por um corredor de 3 metros de largura por 22 metros de comprimento. O pátio tinha a forma de trapézio, nele assentavam fortes vigas de ferro pelas quais se moviam as cabines do elevador. A construção do elevador Município – Biblioteca, foi financiada pelo Dr. João Maria Ayres de Campos. O público entrava pelo n.º 13, do Largo de São Julião, que atualmente é o Restaurante Solar Pombalino, e saía também no n.º 13 do Largo da Biblioteca (atual Largo da Academia Nacional de Belas-Artes), sendo necessário percorrer um passadiço metálico sobre a Calçada de São Francisco. Este elevador ficou ligado à intentona de 28 de Janeiro de 1908, conhecida como "Golpe do Elevador da Biblioteca", em que conspiravam carbonários, republicanos e dissidentes progressistas. Foram presos António José de Almeida, Afonso Costa, Álvaro Poppe e mais suspeitos, num total de noventa e três conspiradores. Em meados de 1908 os preços deste elevador eram de 20 réis para subidas e descidas, incluindo o transporte de bicicletas. O elevador de São Julião encerrou em 1915, sendo substituído pelo carro elétrico da Rua da Conceição – Calçada de São Francisco ao Camões.
Entrava-se pelo Largo de São Julião, hoje Prado Município, atravessava por cima a Calçada de São Francisco e tinha uma passarela para o Largo da Biblioteca, hoje Largo da Academia Nacional das Belas Artes.

27 set. 15


domingo, 20 de setembro de 2015




Divagando sobre Economia


Thomas Jefferson disse que as instituições bancárias são mais perigosas do que os exércitos permanentes. Isto no século XVIII. Estamos no XXI, e ele tinha toda a razão.
Vivemos hoje tempos de incerteza, de desigualdade, concentração de renda, especulação feroz, guerras que proporcionam fabulosos lucros aos fabricantes de armamentos, grande e grave apreensão sobre o futuro a curto e médio prazo, porque a longo ninguém será capaz de prever, por exemplo, como a “pacífica” invasão da Europa que, por força, a vai desestabilizar.
O Estado brasileiro detentor do monopólio financeiro, dita as leis mais absurdas que se possam imaginar, como por exemplo um juro básico de 14,25% que permite aos bancos particulares cobrarem aos clientes qualquer coisa como até 500 % ou mais no cheque especial ou no cartão de crédito. Com este tipo de monopólio, e outros, o Estado detém do mesmo modo o uso legítimo da violência, que a usa para aumentar impostos para não enxugar a máquina administrativa, poder comprar congressistas e outras barbáries.
Nepotismo, palavra que vem do italiano nepote – sobrinho ou sobrinha, neto ou neta – desde o século XV, de Alexandre VI, o famigerado Borgia, considerado o pior papa de todos os tempos, que chamava sobrinhos aos filhos ilegítimos, para os enriquecer, hoje é prática que por aqui se mantém mais arreigada que lapa na rocha.
O EI aproveita esta onda, esta tsunami de migrantes, para semear mais terror aos europeus: “Já mandámos junto com os fugitivos mais de 5.000 combatentes”! Por outro lado, assisti há dois dias um pouco ao debate entre os pré-candidatos republicanos nos EUA.  Difícil ouvir tanta besteirada! Doem até as meninges! Cada um semeava mais pavor do que o outro, unânimes em acusarem o reinício das relações com o Irã, como extremamente perigosas, argumentando que “sendo o Irã um estado teocrático, na posse da bomba atómica, vai provocar o fim do mundo, despejando bombas por todo o lado. Assim ficariam com a certeza de encontrarem no “crescente azul” as cobiçadas virgens”. E os babacas que assistiam ao debate, entusiasmados batiam palmas!
O rombo mundial de 2008 deu-se por uma circunstância simples: ganância desenfreada. Os agentes financeiros dos EUA soltaram pelo país vendedores de créditos! Eram pagos em percentual dos créditos conseguidos, fossem eles seguros, inseguros ou inexistentes. Um pobre do Alabama com uma casa de madeira a cair aos pedaços era fisgado para assinar um contrato de empréstimo de alguns milhares de dólares para melhorar a sua casa, ele que mal tinha dinheiro para sobreviver. O vendedor recebia o pagamento pelo seu trabalho e os “espertinhos” dos bancos passavam o contrato adiante e... provocaram uma tremenda quebra de mercados. Muito pior do que a ingénua Dona Branca em Portugal.
Porque ninguém percebeu? Perguntou nessa conjetura, a rainha Elizabeth. Não foi um caso de excesso confiança entre agentes financeiros, mas um caso nítido de compadrio, que o governo americano apadrinhou, entregando bilhões de dólares aos bancos e seguradoras que estavam, fraudulentamente, falidos!
Em França o desgoverno do Hollande também corre atrás de bancos e indústrias para não fecharem, transformando assim o país de democrático em socialista, e continua a falar nos “valeurs de la Republique, egalité, état laique, etc.” linguagem estranha para muçulmanos e judeus, e os próprios franceses.
Surgem Partidos Populistas, como Syriza, Podemos de Espanha, Front Nacional em França, que se baseiam no desprezo dos governos sobre a retração do poder de compra do trabalhador, que dificilmente enxugam a máquina estatal, sem se atreverem a mexer nos Benefício Sociais, que serão, em muito breve, a causa primária da penúria e guerra civis.
Por aqui é a cegueira total. Ninguém faz nada, ninguém parece saber algo de qualquer coisa, quando aparece alguém que anuncia alguma medida saudável, no dia seguinte é desautorizado, e o país afunda, afunda, afunda e para o afundar mais depressa recorre, não à contenção dos gastos, mas ao aumento disparatado de impostos.
Ninguém confia em ninguém! Em políticos... abrenúncio (!), na polícia, deus nos livre, nos advogados que comandam as câmaras legislativas, é um mal obrigatório, e nas empresas... o mesmo, e o povo pára os carros nas calçadas, avança sinais, bebe muito e conduz, corre em alta velocidade, grita contra o governo, mas, falta-lhe cultura, educação civismo.
Pode-se confiar, por exemplo num sueco, mas difícil num brasileiro ou num kuaitiano!
No meio do barulho, as fações marxistas enxergam os administradores pagos com fortunas, mesmo que tenham levado as empresas para o fundo, mas limitam-se a “ladrar”.
Num país de compadrio basta influenciar os legisladores para que um bom negócio se efetue, para que as leis se baralhem de tal forma para que os julgamentos levem tantos anos que o pior bandido, se tiver bons advogados acaba por se ver livre das acusações, e sobretudo visam proteger os próprios legisladores e os juízes, que se atribuem imunidades.
A importância do dinheiro não é novidade. Vejam a acusação feita por David Graham Phillips (1867-1911):
“Traição é uma palavra forte. Mas não forte demais, e sim fraca demais, para descrever a situação na qual o Senado (EUA) é o entusiasmado, engenhoso e incansável agente de interesses tão hostis ao povo americano, quanto o seria um exército invasor, e muito mais perigoso: interesses que manipulam a prosperidade produzida por todos de modo a que ela proporcione riqueza para poucos; interesses cujo crescimento e poder podem significar a degradação do povo, a transformação dos cultos em bajuladores, das massas em servos. ”
Podia dizer isto hoje!
Como diz Luigi Zingales: “...não podemos esperar que o processo político, pesadamente influenciado por lobbies, se contenha a si próprio. Isso seria o mesmo como esperar que o peru vote a favor da Ceia de Natal! ”
Reagan: “Não há respostas fáceis, mas há respostas simples. Precisamos ter a coragem de fazer aquilo que sabemos ser moralmente correto. ”
Os legisladores jamais criam leis simples. Sempre vão fazê-las mais e mais complicadas para que haja uma ou mais brechas, por onde poderão escapar ou adiar a sua própria condenação. Mark Twain tinha sobre essa gente uma opinião simples: “Há três tipos de mentiras: mentiras, mentiras simples e mentiras deslavadas e estatísticas”.  Vemos isso todos os dias na boca dos governantes: mentiras.
Se pudéssemos definir, por uma só palavra um governante e/ou político, esta seria: “mentira”.
Mas os políticos não são os únicos que mentem, por exemplo ocultando dados. Vimos isso no estouro da bolsa de 2008 com o banco Lehman Brothers (que está aí de novo e poderoso), as ultra seguradoras Fannie Mae e Freddy Mac e outros.
O mercado político distorcido permite que o capitalismo de compadrio triunfe, que o governo intervenha e que o contribuinte pague.
O governo cria riqueza com os impostos e distribui pelos industriais de maior força política, sempre sacrificando os consumidores.
Daí que a livre concorrência e o controle dos lobbies deva ser uma prioridade para um governo justo.
Mas... há disso nas Américas? Onde?

N.- Algumas ideias retiradas do livro “Capitalismo para o Povo” de Luigi Zingales.


19/set/2015

terça-feira, 15 de setembro de 2015



Quem financia a coisa?


Mais uma opinião para tentar compreender o complexo caso dos migrantes para a Europa 
Posted: 31 Aug 2015 10:03 AM PDT


Para além do drama, duas questões pertinentes se impõem quanto a este fluxo anormal de migrantes à Europa:
- como explicar esta súbita e enorme onda de migrantes?
- como explicar que pessoas com pobreza extrema consigam pagar 10 000 euros aos traficantes?
Um súbito fluxo massivo ...
O fluxo migratório da entrada na Europa através do Mediterrâneo não é um problema recente, mas era realizado, até há poucos anos, ao conta-gotas. O estranho é que subitamente, em poucos meses esse fluxo se tenha tornado numa invasão massiva, quando a situação dos países de origem pouco se alterou no último ano.
Um valor impossível de pagar. 
Desde os longuínquo locais de partida até à travessia do Mediterrâneo, cada migrante tem de desembolsar perto de 10 000 euros.
Calcula-se que o tráfico ilícito de migrantes gere um volume anual de 7 mil milhares de dólares por ano aos seus traficantes.
O PIB per capita, por exemplo, da Eritreia (um dos países de origem) é de 500 dólares anuais, por comparação o de Portugal é de 22 000 dólares. Aqui reside o mistério de saber como é que uma pessoa de um país desses pode pagar o equivalente a 20 anos de rendimento anual (ou seja 10 000 dólares) para migrar?

 Promover o caos na Europa ...
Uma parte da estratégia actual dos Estados Unidos assenta nas teorias do geo-político americanas, Thomas Barnett.
"Como condição da globalização sem choques, temos de por em prática quatro fluxos durável e sem obstáculos".
Este fluxo excepcional de migrantes em direcção à Europa faz parte de um destes "fluxos durável e sem obstáculos". Thomas Barnett também sabe, e refere, que este fluxo não poderá ser impedido por nenhuma instituição, EU ou ONU.
O objectivo desta "guerra" contra a Europa é semelhante às revoluções chamadas de "Primaveras Árabes". A Europa como poder político, económico e cultural tem de ser destruída através de um caos e ficar sem identidade nacional.
Essa destruição dos Estados-Nações fará que a Europa se deixe facilmente ser absorvida na Nova Ordem Mundial das oligarquias financeiras. Onde estão sem dúvida os Judeus.
Thomas Barnett refere que "as fronteiras nacionais devem ser dissolvidas, as raças misturadas, e assim os valores e as religiões serão abolidos; o caminho para a Nova Ordem Mundial tem de ser alisado".
O jornal Info Direkt, relata que um funcionário do ministério da Defesa austríaco revelou que "existem elementos que atestam que organizações situadas nos Estados Unidos criaram um modelo de co-financiamento e contribuem substancialmente aos pagamentos exigidos pelos traficantes".
"Nem todos os refugiados de África do Norte têm 11 000 euros em cash. Ninguém questiona de onde vem o dinheiro ?"…
N.- Onde há fumo há fogo. E este é um incêndio violento!



sexta-feira, 11 de setembro de 2015



Notícias brasilienses


Bradam as populações aos céus, mas os problemas têm que ser resolvidos na terra “por homens de boa vontade”. E esse é o maior e mais difícil problema com que se defrontam todos os povos: encontrar gente de boa vontade, determinação, honestidade e transparência, que os conduzam.
Enquanto a Grécia deixou às claras o caminho da sua derrocada, no Brasil tudo é feita às escondidas, camuflado, vigarizado, conspurcado.
O país está de rastos. Governo e políticos só pensam como se manterem a destruí-lo. A oposição é uma piada, e todos, todos sem exceção estão cheios de telhados de vidro. Daí a maior dificuldade em, abertamente, apontar o dedo aos bandidos.
Dizem que a inflação já está 9,53%, mas nós, os contribuintes, os que vamos ao supermercado, à farmácia, a quaisquer lojas sentimos na pele, e sobretudo na carteira que este número é falso.
Só para se ter uma ideia, nestes últimos dois meses a Bovespa –Bolsa de Valores de São Paulo – já perdeu 54% do seu valor. As 359 empresas listadas na Bolsa, juntas, tinham em 2014 o valor de US$ 1,14 trilhões; agora somam US$ 518 bilhões.
A energia elétrica aumentou 47,33%, o pão 8,15% e vem já novo aumento, o gás 38%, a gasolina deve aumentar nos próximos dias 60 centavos, uns 20% e os carros, com todo o apoio marqueteiro e sindicalista, 8,37% e está mais de 20% abaixo das vendas do ano anterior, além de já terem sido demitidos 20% dos operários, o que representa cerca de 3.000, só no Estado do Rio de Janeiro.
O dólar em oito meses passou de R$ 1,90 para R$ 3,86, o que significa que o Real se desvalorizou 50%.
O pobre do PIB, segundo analistas recuará este ano cerca 2,4%, e no próximo ano deve continuar negativo.
Uma recessão que o desgoverno não sabe como enfrentar. A madama dona p. disse que ia reduzir os ministérios de 39 para 29. Devia reduzi-los para 19 e já estaria bom demais. Mas entregou a decisão da escolha dos que vão acabar ao partido que tem formado a sua base aliada, e ninguém se entende porque muitos perderão a boquinha generosa que é mandar num ministério. Não são só os salários mas tudo que corre em paralelo, que é muito, muito.
Depois disse que cortaria 1% dos cargos comissionados. Segundo alguns “cientistas” de economia o número de gente nesses cargos seria de 22.000. Outros falam em mais de 40.000, ou mesmo 100.000.
Tanto é o compadrio e o assalto à res publica que ninguém sabe ao certo quantos cargos “de confiança” o total a economizar seria de 30.000 x 14 x 5.000 = R$ 2.100.000.000. Mais de dois bilhões.
É pouco já que a dívida bruta está em 64,5% do PIB.
Há dias a secretária geral do Ministério da Defesa, uma qualquer gaja do PT decidiu publicar um decreto, guardado na gaveta desde o lulismo, tirando aos comandantes militares o direito de aprovarem promoções a postos mais elevados, passando essa responsabilidade para o governo. Cutucou os militares e estes não gostaram. Há muito tempo que não gostam nem um pouco do que se passa no país, e o comandante chefe da Forças Armadas já deu um “pequeno aviso”: “Não esquecemos que as Forças Armadas são o garante da Constituição e da paz”. A madama dona p. já afirmou que vai revogar o tal decreto.
Agora a S & P baixou a nota do Brasil. O principal comentário de alguns dos principais jornais de economia do mundo (EUA, Inglaterra, etc.) foi de espanto, porque esse rebaixamento há muito era esperado. Eles sabem muito bem que a madama dona p. está com um índice de aprovação jamais alcançado no Brasil: 7%.
A indústria recuou cerca de 2% e será a agropecuária que continuará – até quando? – a ajudar a manter algum menor desiquilíbrio nas contas.
A China com a sua “recessão” apesar de dizerem que vai tudo bem – nisso o chinês é forte – já quase deixou de comprar Rolls-Royces (e a fábrica já sentiu isso e o declarou) e cortou ferozmente a importação, por exemplo do minério de ferro que era uma das fontes, boas, de renda para o Brasil, cujo preço caiu, também, 52%.
No primeiro semestre deste ano foram exportadas 19,3 milhões de toneladas de petróleo bruto que, igualmente perdeu 48,5% do seu valor. A carne de frango recuou, também no valor em 11,2% e a soja 23,5%.
O panorama mundial é imprevisível e complicado, as comodities também recuaram de valor, e o Brasil que conta, na sua exportação com mais de 50% de produtos básicos, sem acrescento de mão de obra mais vai sofrer.
Tudo falta de governo, de orientação, de investimentos, de inimagináveis assaltos a res publica, em TODO O LADO. Com ministros que eram pintores de frigoríficos ou ferramenteiro... e mais a gangue lulista, o resultado está à vista.
Investimentos, público ou privado por ora é mentira.
Tudo quanto os crâneos desgovernamentais estão a prever é aumentar os impostos. Em tudo, por todo o lado.
O povo que se dane.
Pobre país rico que continua a depender da agropecuária.
Voltámos ao neolítico!


11 set. 15

quinta-feira, 3 de setembro de 2015


Efeito Borboleta


Toda a gente (ou muita gente) já ouviu falar no “efeito borboleta”. De acordo com o sr. Edward Lorenz, o descobridor ou inventor deste efeito”, o simples bater de asas de uma borboleta no Japão poderá provocar um tufão nos EUA.
Fenómeno que faz parte da Teoria do Caos e matematicamente já se demonstrou que tal teoria afinal é uma verdade.
Este estudo ajudou muito nas previsões meteorológicas, mas encontra aplicações em todas as ciências, desde as médicas, biológicas, humanas, sociais, etc.
As grandes civilizações do Mediterrâneo Oriental – Egito, Creta, Grécia, Chipre, Hitita, Assíria, Babilónia, e outros – com comércio florescente, grande desenvolvimento cultural, intensas relações “internacionais”, enfim num período de globalização regional, de total interdependência entre todos aqueles povos-reinos ou impérios, de repente desapareceu e todos sumiram do mapa.
Há cerca de 3.000 anos.
Não foi dum dia para o outro. Levou alguns decénios e não se encontra para o desastre explicação absoluta. Foram anos seguidos de secas, terremotos, invasões, migrações, revoluções internas. Ninguém sabe como começou, mas sabe-se que acabou, e foram necessários muitos séculos para que, por exemplo a Grécia, começasse a reaparecer, como “criadora” da civilização ocidental.
Foi um simples bater de asas duma borboleta, em qualquer lugar que foi crescendo até se transformar no tufão que derrubaria uma zona próspera e organizada.
A Teoria do Caos diz que sistemas complexos e dinâmicos apresentam um fenômeno fundamental de instabilidade que os torna imprevisíveis na prática a longo prazo.
E ainda nos fala no Determinismo como teoria filosófica em que todo o acontecimento (inclusive o mental) é explicado por relações de causalidade.
Transportando o desastre das civilizações antigas, para os nossos dias basta um pequeno olhar sobre a economia mundial, com olhos de leigo, e ver que estamos em situação semelhante: todos dependemos uns dos outros! E por enquanto todos dependemos do maldito petróleo que está a destruir o planeta. Depois dependemos da China porque ela é quem fabrica tudo mais barato (até o bacalhau do Porto!), e da Índia e Bangladesh, e dos Estados Unidos porque seguram o dólar como moeda universal.
Todos eles dependem do grande mercado consumidor que é a Europa, e neste momento a Europa depende do comportamento da Grécia, o Médio Oriente depende da evolução do EI que depende do entendimento entre xiitas, sunitas e israelitas (o que toda a gente sabe ser impossível).
A África depende de investimentos estrangeiros que não se atrevem a fazê-lo dado o elevado grau de corrupção e falta de seriedade política, o mesmo se passando em quase toda a América Latina, desde o México que manda 80% das suas exportações para os EUA a toda a América do Sul com os desgovernos num total desmando e corrupção.
E ainda a imensa corrente de migrantes, fugindo do terror, da fome e da miséria, à procura dum Eldorado na Europa que precisa de mão de obra.
Sofrem horrores, arriscam a vida e só, talvez, dois países estão mais ou menos preparados para os acolher, mas onde vão viver, por algumas gerações, segregados.
A França em 2014 teve quase setenta mil pedidos de residência. Foram concedidos menos de vinte mil. Os restantes por lá continuam, teoricamente clandestinos.
Ninguém pode ficar indiferente a imagens como esta que apareceu no jornal de hoje.

Não me envergonho de dizer que quando abri a página do jornal duas grossas lágrimas me correram pela cara. Não há o direito. É muito violento.
Mas não nos podemos ficar só a chorar pelas crianças assim jogadas fora como lixo. Este tinha três anos. Era sírio. Um pouco adiante encontram outro corpinho também já morto. Um irmão de cinco anos. E os adultos?
Em números “oficiais” rondam os 3.000 os que, só este ano, morreram tentando chegar ao “céu” humano. Não se sabe quantos mais que não entraram nas estatísticas.
Cristãos ou muçulmanos chegaram a outro céu onde não há mais sofrimento.
Sofremos os que aqui estamos, assistimos a estas barbaridades, como assistimos a genocídios, holocaustos e outras imensas e indescritíveis barbáries, a maioria de nós sem nada podermos fazer.

Em algum lado uma borboleta começou a bater as asas.